Reportagem especial

Cem dias de Governo Allyson (Parte 3 de 3): gestão na pandemia e a oposição

Não se pode falar dos cem dias de gestão do prefeito Allyson Bezerra sem incluir a pandemia, a terceira e última parte da série. Ele teria em suas mãos uma das maiores tragédias sanitárias para administrar na cidade

Por William Robson

Não se pode falar dos cem dias de gestão do prefeito Allyson Bezerra sem incluir a pandemia, a terceira e última parte da série. Em dívidas e com obras inacabadas, o gestor teria em suas mãos uma das maiores tragédias sanitárias para administrar. Com vacinas escassas e o aumento do número de casos de pessoas contaminadas, a cidade entrou em colapso em 2 de março. Não havia  mais qualquer vaga de UTI Covid nos hospitais da cidade.

Durante visita à UPA do Belo Horizonte e, logo após, fazer um apelo à população sobre o colapso no sistema  em Mossoró

Pelas redes sociais, o prefeito expõe o drama: “A cada dia que passa a situação vai ficando pior”. Ele precisava administrar a situação com menos recursos repassados para a Covid. Enquanto a ex-prefeita Rosalba Ciarlini recebera R$ 80.365.921,20, o atual prefeito tinha em mãos tão somente R$ 1,4 milhão. E, associado a isso, teve de conviver com boatos e a politização da vacina.

Um dos boatos tinha como enredo o fato de Mossoró não ter aderido ao consórcio para compras de vacinas contra a covid-19, feito pela Frente Nacional dos Prefeitos. A secretária de Saúde, Morgana Dantas, se antecipou rapidamente para conter a desinformação que começava a tomar conta das redes sociais. “É prudente e responsável que as pessoas, antes de divulgarem informação desta magnitude, certifiquem-se  dos fatos para evitar disseminar inverdades”, disse.

Por sua vez, a politização tinha como base o fato de a cidade não vacinar seus idosos nos finais de semana. Mossoró não aplicava por duas razões: não haviam vacinas disponíveis e pela clara exaustão dos profissionais da saúde na linha de frente que mereciam descanso.  Ambas as situações travavam a política de imunização da cidade.

O prefeito e a secretária de Saúde, Morgana Dantas, durante visita a posto de vacinação no final de semana

Os finais de semana anteriores foram fundamentais no aumento da vacinação. A participação da sociedade se colocando como voluntária auxiliou o trabalho dos profissionais de saúde. Além da rapidez na imunização, ampliando a faixa etária dos idosos atendidos, a  campanha Mossoró Vacina possibilitou que Mossoró superasse a marca de mais de 30 mil vacinados, superior a 10% da população, índice que superou a média nacional, de 7,20% e do Rio Grande do Norte, de 7,32%. Neste sábado (10) e domingo (11), serão vacinados os idosos de 62 anos acima.

Aliado a isso, Allyson não criou problemas com relação aos decretos do Governo. As decisões sobre as medidas restritivas eram tomadas em comum acordo com a governadora Fátima Bezerra, diferente do que ocorreu em Natal com o prefeito Álvaro Dias e até mesmo com a ex-prefeita Rosalba Ciarlini.

A vacinação veio também com outro momento importante na saúde. A contratação de médicos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), problema crônico em todas as regiões da cidade e que foi resolvido a partir do contrato com cooperativa médica. Os profissionais já estão atendendo. Não há ausência de profissionais nestes centros. Além disso, no dia 8 de abril, foi entregue uma nova Unidade de Saúde, no conjunto Costa e Silva, investimento que superou a quantia de  R$ 1 milhão. Já está com todos os equipamentos e profissionais atendendo aos moradores da região.