Quais são as mudanças sugeridas pelas pessoas ao trânsito de Mossoró?

Por William Robson

Há tempos que é preciso fazer ajustes no trânsito mossoroense. A cidade foi crescendo, porém, não se pensou efetivamente na mobilidade. Sem planejamento, vias foram surgindo, as calçadas edificadas sem regramento e, aos poucos, Mossoró se transformava numa “carrocracia”, quando o automóvel passa a ser prioridade maior do tráfego e não o pedestre.

Esta terça-feira, no Salão dos Grandes Atos, no Palácio da Resistência, foi apresentado para a imprensa projeto que tenta mudar esta situação. Adequar o tráfego de modo que o mossoroense possa “ocupar” a cidade. Tal ocupação significa garantir que as pessoas possam circular com tranquilidade em vias seguras, adaptadas para todos os veículos, ciclistas e transeuntes.

Há vias importantes em Mossoró que carecem de asfaltamento. Não são poucos. Outros precisam de calçadas niveladas, talvez o maior dos desafios da Prefeitura.  Há também ruas que, de tão apertadas, deveriam servir de mão única. Ou seja, são várias as demandas.

Por isso, este projeto, o Mossoró Mobilidade, nasceu em caráter colaborativo. Sim, as pessoas puderam, mediante canais específicos, enviar sugestões pelo site e também via WhatsApp durante 15 dias. O resultado veio em 271 indicações. “A maioria das opiniões foi de instalação de sinalização e criação de campanhas educativas para o trânsito”, segundo informou a Secretaria de Comunicação da Prefeitura.

Uma delas é do Marcos: “Sugiro asfaltar a Avenida Mota Neto, no bairro Aeroporto. A medida vai facilitar a locomoção de ambulâncias até o Hospital São Luís”. Em entrevista à Rádio Difusora, o prefeito Allyson Bezerra disse que a observação será considerada. “A nossa ideia é desafogar o tráfego em outras vias e distribui-la com vias como esta”, explicou. Além dela, seis grandes avenidas indicadas no Mossoró Mobilidade serão contempladas com asfalto.

Sugiro asfaltar a Avenida Mota Neto, no bairro Aeroporto. A medida vai facilitar a locomoção de ambulâncias até o Hospital São Luís”

Sugestão do cidadão Marcos

Cledinilson Morais, secretário de mobilidade e trânsito, contou que a proposta motivou os mossoroenses nesta ação participativa. E que os pedidos serão observados. “As pessoas poderão ver o resultado de sua solicitação nas ruas, o que é muito bom. Será um compromisso nosso, dar vez e voz a população”, disse.

Independente da ação conjunta da Prefeitura com as quase três centenas de indicações, é certo que  Mossoró enfrenta desafios no tráfego. As demandas atestam isso.  O Centro da cidade, por exemnplo, segue com congestionamentos infindáveis, falta de espaço para estacionamento e de mobilidade para pedestres ou pessoas com necessidades especiais. O projeto de uma Zona Azul surge e está em andamento como atenuante.

Os estudos preliminares apontam para a sua viabilidade. A Zona Azul permitirá rotatividade de veículos, vagando pontos de estacionamento, mediante cobrança de taxa de permanência. Isso reduzirá o fluxo de automóveis, favorecendo pedestres e transporte coletivo, este último enfrentando problema crônico. O projeto da Zona Azul deve entrar em vigor até o final do ano. Porém depende do andamento dos estudos de viabilidade.

Por outro lado, quanto às vias importantes que precisam de pavimentação aslfática, a rua Dom Helder, no bairro Belo Horizonte, está com plano adiantado. A licitação corre e  a escolha da empresa deve sair nas próximas semanas. Até o final do ano, uma das principais vias da zona sul estará asfaltada.

Luis Correia, do setor de engenharia da SESEM, explicou que a cidade precisa ainda de mais pontos de estacionamento e sinalização, todas recomendações advindas da plataforma do Mossoró Mobilidade. “Nossa equipe de engenheiros fará o estudo técnico de viabilidade e posteriormente iremos executar os projetos sugeridos pela população. Na prática, a população vai ver que sua sugestão foi muito importante para a mobilidade da nossa cidade”, ressaltou.

O prefeito Allyson Bezerra contou que parte considerável dos casos que chegam ao Hospital Regional Tarcísio Maia é motivada por acidentes de trânsito, principalmente, envolvendo motos. Além das alterações sugeridas e em discussão há a necessidade de campanhas educativas para conscientizar a população sobre segurança no trânsito.

Não basta simplesmente mudar a estrutura do trânsito. É preciso que as alterações sirvam para o bem-estar de todos, independente da forma como estão se locomovendo, seja a pé, de ônibus, carro, moto ou bicicleta. Aliás, este ponto também foi levado em consideração: a construção de ciclovias e ciclofaixas.

Diante de tantas sugestões, um pedido em especial visa estender a campanha Maio Amarelo, de consciência no trânsito. “A melhor forma de você conseguir formar o cidadão é através da conscientização. Vamos iniciar novas campanhas educativas, assim como foi feito no Maio Amarelo. Essas ações são muito importantes para a melhoria do trânsito”, concluiu o prefeito.