Saída

Prates: “Não sei se ficarei no PT depois dessa”

Seu processo de fritura vinha ocorrendo desde abril e Lula já não mais confiava em Prates, que esperava dele projeto focado na retomada da indústria naval. Agora ex-presidente, ele escancara seu desapontamento a um amigo

Por William Robson

A coluna da Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, traz em sua edição desta quinta-feira 16, que o, agora, ex-presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates ficou extremamente desapontado pela forma como foi demitido da estatal pelo presidente Lula. Suas falas após a demissão mostram o tom amargo, sobretudo, aos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), que teriam regozijado com a decisão.

Agora, o jornal O Estado de S. Paulo traz relatos do ex-presidente escancarando este desapontamento a um amigo. “A forma dessa demissão foi muito humilhante. O partido não trata dos seus quadros. Está condenado a envelhecer e se perder em meio a alianças cada vez mais exigentes e perigosas”, disse.

Sua saída do PT é uma possibilidade depois do episódio. “Não sei se ficarei no PT depois dessa”, escreveu Prates, na madrugada desta quarta-feira 15. Seus principais aliados sequer falaram em seu favor por conta da demissão, a exemplo da governadora Fátima Bezerra, que apenas referendou a decisão de Lula. 

Seu processo de fritura vinha ocorrendo desde abril e Lula já não mais confiava em Prates, que esperava dele projeto focado na retomada da indústria naval. Sem algo apresentado, Lula teria percebido que Prates adotara o discurso do mercado de que tal investimento seria contraproducente e de que estaria agindo mais como CEO de multinacional privada, sem levar em consideração os rumos propostos pelo presidente Lula para a empresa.