Críticas

Os novos ataques de Styvenson a Lula e Bolsonaro na Folha

No texto, o senador potiguar tomou as dores de críticas do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, ao ex-juiz Sérgio Moro, em artigo anterior, no mesmo jornal

Por William Robson

” A culpa pelas mazelas e tragédias a que estamos assistindo no Brasil começou, sim, nos governos do PT”… “Este é um governo [Bolsonaro] que será lembrado pela negação da ciência, pelo desprezo à vida na pandemia, pelos arroubos autoritários, pelo pouco apreço à democracia e às instituições, pela falta de compromisso com a verdade, pelo incentivo ao ódio, ao radicalismo e à divisão entre os brasileiros.” O senador Styvenson Valentim (Podemos ) não poupou críticas ao ex-presidente Lula e ao presidente Jair Bolsonaro, em artigo que publicou nesta quinta-feira (24) no jornal Folha de S. Paulo.

Na verdade, o senador potiguar tomou as dores de críticas do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, ao ex-juiz Sérgio Moro, em artigo anterior, no mesmo jornal. Styvenson saiu atirando para ir em defesa do ex-juiz, considerado parcial a partir de mensagens divulgadas pelo site The Intercept e ressaltadas em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as suas sentenças envolvendo o ex-presidente. Ou seja, Lula não é réu de nenhum processo.

Sérgio Moro comandou a Operação Lava-Jato, método persecutório de justiçamento de inimigos políticos. Após a prisão do ex-presidente Lula, cessaram as suas fases. Moro teve mensagens interceptadas pelo Intercept, acertando estratégias de incriminação com procuradores da operação. Em seguida, deixou a magistratura para se tornar ministro do principal adversário do presidente que ajudou a eleger. Assumiu o Ministério da Justiça.

Styvenson esqueceu deste detalhe. “A quem poderia interessar Lula livre? Certamente não ao Brasil —tampouco a Sergio Moro, que julgou e condenou o petista. Sentença confirmada e até ampliada por mais oito juízes de tribunais superiores e pelo próprio Supremo Tribunal Federal, que autorizou a prisão”, escreveu no texto, sem mencionar as decisões anuladas.

Esqueceu ainda do governo que Moro integrou e participou como auxiliar: ” Por sua absoluta falta de capacidade e competência para conduzir nossa nação, nos obriga a conviver com uma cruel paralisia econômica, com o desemprego, a fome, uma inflação de dois dígitos e uma total falta de perspectivas”, afirmou, referindo-se a Bolsonaro.

Ainda no artigo, Styvenson destacou a versão do próprio ex-juiz de que assumiu o ministério para combater a corrupção e que Bolsonaro teria, assim, impedido. Moro chegou a afirmar isso em entrevista esta semana na Rádio Difusora de Mossoró, e ainda acrescentou que esperava que o presidente delegasse a ele e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a gestão do Governo. “…Sergio Moro [empenhou] a sua palavra de que o combate à corrupção seria prioridade em seu governo e ter dado carta branca a seu futuro ministro para atuar”, escreveu o senador. “Foi Bolsonaro quem traiu Moro ao declarar que, caso fosse preciso, trocaria até mesmo o ministro da Justiça para proteger sua família e seus amigos”.

E, por esta razão, atribui a Bolsonaro a liberdade do ex-presidente Lula ” Foi Sergio Moro quem sentenciou Lula à prisão. Mas foi a soma dos erros, ações e decisões deste governo que pavimentou o caminho para a liberdade do ex-presidente”, concluiu.