Grandes Discos que Ouvi #4

O grunge em minha vida

Em uma dessas minhas peregrinações, comprei três CDs. Mas não eram simples três CDs, eram a alma do grunge. Nada menos do que o Smell Likes Teen Spirits, do Nirvana; o Dirt, do Alice in Chains, e o excelente e cativante Ten, do Pearl Jam

Foto: Anna Júlia

Por Emerson Linhares

No artigo anterior falei da minha paixão pela banda The Beatles e por muitos anos fiquei identificado com o quarteto. Se tinha uma matéria sobre Lennon e cia, as pessoas sempre lembravam de mim e lá estava eu falando algo. E, claro, eu adorava. Quer dizer, é um tema que me agrada até hoje. Não se esgota. É o meu referencial em termos de música.

Muito embora tivesse essa ligação com a música dos anos 60, e em específico com os liverpudlianos, eu escutava de tudo um pouco. E comprava o que o dinheiro deixava comprar.

Possui um emprego muito bom na Nestlé, nos anos 90 do século passado – era promotor de vendas – e pelo menos uma vez no mês ia participar de uma reunião em Fortaleza, na filial (foi em uma dessas vezes que ao chegar em um hotel para o lançamento de um produto da megaempresa suíça ia saindo do estabelecimento Belchior, com seu bigodão).

O disco “Ten”, do Pearl Jam, um dos clássicos do grunge

Voltando ao grunge, estava uma vez em Fortaleza e gostava de visitar as lojas de discos. Não me peçam o nome da loja ali na Praça do Ferreira. Lembro uma vez de ter comprado um vinil do Def Leppard. Em uma dessas minhas peregrinações, comprei três CDs. Mas não eram simples três CDs, eram a alma do grunge. Nada menos do que o Smell Likes Teen Spirits, do Nirvana; o Dirt, do Alice in Chains, e o excelente e cativante Ten, do Pearl Jam.

Três trabalhos que viraram clássicos da música. Então o mundo respirava o grunge. Além dessas três já mencionadas, tinha a potente Soundgarden com seu Superunknow (esse não cheguei a possuir) e tantas outras que embarcaram na onda.

Foi minha imersão no grunge por algum tempo. De fato, não acompanhei muito a posteriori os trabalhos das três bandas, porque eu estava em constante procura por outros sons. E porque comprar discos não era para qualquer um e tinha uma gama de bandas nacionais para se ouvir também.

Ainda cheguei a comprar o segundo trabalho do Pearl Jam, o Vs., porém já não era o som que eu queria ouvir. E me desprendi dos sons de Seattle, escutando aqui e acolá.

Hoje com o Spotify ficou tudo mais fácil e mais barato. Não tem a magia do manuseio do LP, mas você tem uma discoteca sensacional onde quer que você vá. E foi assim que voltei a me reconectar com o Eddie Vedder e o Pearl Jam e vi que fizeram músicas sensacionais. E o Nirvana produziu Dave Grohl com a sua Foo Fighters – apesar de muitos acreditarem que é uma banda superestimada. Eu não acho e amo o som da banda do Dave.

E para finalizar essa história, ano passado o amigo Wagner Azevedo, integrante do Clube do Vinil Mossoró, convidou-me para comprarmos o LP Ten, do Pearl Jam, de umaloja da Espanha. Como o dólar ainda estava interessante, valeu gastar uns 130,00 reais para ter essa obra na minha estante. Desse disco gosto de todas a faixas. Mas Release é fantástica.  Escute sem moderação.

 

Setlist lado 1:

1 –Once

2 – Even Flow

3 – Alive

4 – Why Go

5 – Black

6 – Jeremy

 

Setlist lado 2

1 – Oceans

2 – Porch

3 – Garden

4 – Deep

5 – Release

 

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