Pesquisa TCM: narrativas da oposição não colaram em Allyson
Enquanto a oposição definha sem encontrar a narrativa perfeita para atacar tamanho percentual de popularidade, por outro lado, o cenário também exige cautela do atual prefeito
Por William Robson
O núcleo duro rosalbista é a principal linha opositora ao prefeito Allyson Bezerra. E antes mesmo que o atual gestor tomasse posse, preparou cenário que viesse a repercutir negativamente na nova gestão. O grupo age de forma atabalhoada, sem rumo, prumo ou qualquer estratégia. Limita-se a memes pouco criativos ou ataques que, de tão exacerbados, ganha caráter circense. A tônica de uma oposição nada construtiva foi sequer percebida pelos mossoroenses na pesquisa da TCM divulgada nesta quinta-feira (22).
Tal reflexo é apontado na sondagem elaborada pelo Instituto TS2. O prefeito Allyson Bezerra alcançou índice de aprovação superior a 67%, percentual maior que o índice de sua votação no ano passado, que foi de 47,52%. Ou seja, a sequência de memes e vídeos editados em aplicativos incipientes não tem surtido o efeito desejado. Além disso, a oposição não vem conseguindo furar a bolha do grupo e isso também é apresentado na pesquisa, como veremos.
As pessoas que desaprovam o governo Allyson, considerando os quesitos Ruim e Péssimo, não chegam a 10%. Isso mostra que parte considerável dos eleitores da ex-prefeita Rosalba Ciarlini entraram no campo dos que aprovam os primeiros meses do atual prefeito ou, na pior das hipóteses, enquadram-se na categoria Regular. Portanto, a pesquisa da TCM não apresenta apenas um cenário de popularidade do prefeito, porém a percepção dos mossoroenses quanto ao segmento contrário ao prefeito em qualquer situação.
Allyson surfa em onda de popularidade. Deste modo, nenhuma narrativa está colando no prefeito. Nos primeiros cem dias de gestão, onde diversas análises foram apresentadas na mídia, inclusive por este site, o Blog do Barreto fez um caminho criativo: observou os cem dias de oposição a Allyson. Afirmou que “o rosalbismo não soube explorar temas pertinentes. Ficou na picuinha e distorções que deram muito certo contra Francisco José Junior”. Ou seja, o método aplicado não vem redundando em eficácia. Pelo contrário: os números da pesquisa sugerem forte erosão do capital eleitoral rosalbista (neste primeiro momento, claro), reduzido a um núcleo cada vez menor e raivoso. E, como sabemos, tanto na vida quanto na política, ações irracionais movidas passionalmente tendem a ser frustrantes.
No passeio da narrativa rosalbista, tanto na campanha (ao atribuir ao prefeito o apelido de “pobrezinho”) ou já após sua gestão (atribuindo um tal genocídio), o resultado não imprimiu qualquer sucesso. Nem mesmo a pauta da oposição quanto às solicitações por vacinação contra a Covid nos finais de semana. Esta demanda partiu do vereador Pablo Aires, não do núcleo rosalbista. O pedido, ao ser considerado pelo Palácio da Resistência, permitiu que 57% dos mossoroenses aprovassem as medidas dentro do conjunto de ações de enfrentamento à pandemia no Município. Neste quesito, apenas 8% desaprovaram – coincidindo com o tronco fiel rosalbista.
A pesquisa da TCM foi realizada nos dias 20, 21 e 22 de abril, período concomitante à operação de retirada de boxes edificados irregularmente no mercado do Vuco-Vuco. Se este fator foi ou não contabilizado, o tema, também aproveitado pela oposição, mostrou-se incapaz de abalar a popularidade do prefeito próxima a 70%. O premeditado movimento que fez a então prefeita Rosalba Ciarlini permitir a instalação de boxes irregulares, imediatamente após a derrota das eleições do ano passado, tinha como objetivo repercutir negativamente no prefeito que assumiria em seguida. Não conseguiu o resultado desejado.
Assim, o que se vê no levantamento divulgado esta semana é que o mossoroense observou momentos relevantes que impuseram tais índices de aprovação, entre eles, a citada campanha de vacinação, que alcança a fase 3 das comorbidades e ascende Mossoró à categoria de única do RN a entrar neste grupo prioritário; a atenção à zona rural, tanto na reativação de poços quanto no reparo de acesso por estradas vicinais; na limpeza do sistema de drenagem, contendo os tradicionais e crônicos alagamentos em tempos de chuvas; a contratação de médicos, historicamente ausentes, para atuação em grande parte das UBSs da cidade; e o início de obras de infra-estrutura em bairros da periferia.
Enquanto a oposição definha sem encontrar a narrativa perfeita para atacar tamanho percentual de popularidade, por outro lado, o cenário também exige cautela do atual prefeito. Afinal, tamanha aprovação não pode entorpecer o gestor, que precisa encarar como sinal de reconhecimento, claro, no entanto, pressupõe que o caminho precisa ser perseguido com a mesma postura e sem soberba.
Afinal, a popularidade da pesquisa também veio acompanhada de outro ponto em específico: mais de 60% estão otimistas com o que virá. Isso impõe responsabilidade ao gestor e, ao mesmo tempo, torná-lo ciente de que a aprovação não se trata de algo dado. Precisa estar sempre em vigilância, notadamente cultivada. Sobretudo, porque os desafios que se descortinam em diversos setores da administração pública municipal estão apenas começando e com o mau olhado da oposição.