A proposta de Garibaldi

Walter Alves será mesmo o vice na chapa de Fátima?

Quando se colocou como postulante à Câmara Federal, imediatamente ocupou o espaço do seu filho, que, na pior das hipóteses, tentaria a reeleição. Então, qual a razão para Garibaldi entrar na disputa?

Por William Robson

Se depender da vontade do MDB do Rio Grande do Norte, a composição com a governadora Fátima Bezerra para as eleições deste ano é certa. Mas, como em toda conversa política, é preciso que haja acordos. E há uma sugestão do partido para que a coligação com o PT se consolide.

O ex-senador Garibaldi Alves Filho, que anunciou sua pré-candidatura à deputado federal, explicou os detalhes das conversas para se aliar a Fátima. Quando se colocou como postulante à Câmara Federal, imediatamente ocupou o espaço do seu filho, o deputado federal Walter Alves,  que, na pior das hipóteses, tentaria a reeleição. Assim, qual a razão para Garibaldi entrar na disputa?

“Estamos diante de uma legislação que obriga os partidos a terem uma nominata grande. E isso tem de ser em cada partido. Então, em entendimento com os colegas do MDB, principalmente o deputado Walter Alves, meu fiho, chegaram  a conclusão que a minha candidatura é que seria capaz de impulsionar esta nminata. Atrairia outros companheiros e, por isso, me coloquei à disposição”, explicou o ex-senador em entrevista ao Foro de Moscow desta quinta-feira (13).

Assista à entrevista

É aí que surge a dúvida: para onde Walter Alves vai então? “Com relação ao PT, desde que o presidente Lula veio aqui e nos chamou para um entendimento, mostrou a sua visão que era importante para o partido que nós marchássemos coligados. A partir daí, criou-se esta expectativa. Quanto a Walter, ele está aguardando que, se o entendimento prosperar e se tornar vitorioso, faria parte da chapa majoritária. Mas isso não é uma decisão isolada nossa. Não prevalecendo, Walter poderá ser candidato a deputado estadual ou examinar outra alternativa, já que as coisas avançaram neste sentido”, afirmou Garibaldi.

A declaração do ex-senador aponta para uma tratativa já encaminhada, ou seja, que Walter estaria abrindo mão da reeleição para inserir-se na chapa majoritária da governadora Fátima Bezerra. No entanto, como o próprio Garibaldi ressaltou, depende do Partido dos Trabalhadores. O vice-presidente do PT no RN, Daniel  Valença, afirmou à Agência Moscow que, até o momento, não houve qualquer conversa com os Alves para composição neste sentido.

“Posso dizer que, em âmbito de direção do PT, não há nada debatido ou, menos ainda, decidido com Carlos Eduardo ou com qualquer Alves. Isso eu posso dizer com certeza, estou na  vice-presidência, na direção, e os debates que surgiram até agora não caminharam neste sentido”, ressaltou Daniel. A deputada estadual, Isolda Dantas (PT), por sua vez,  admitiu ter que engolir o MDB para “cuspir depois”, em entrevista ao jornalista Saulo Vale.

Por enquanto, Walter Alves na chapa majoritária é o que vem sendo colocado na mesa pelo MDB. “Não podemos bater o martelo, porque ele não está na nossa mão, nem da governadora, que deve ouvir seus correligionários”, concluiu Garibaldi. O que se sabe até agora é que o MDB apresentou a sua proposta.