Ataques à democracia

STF quebra sigilo bancário de Girão, envolvido em atos antidemocráticos

A corte iniciou ofensiva contra atos antidemocráticos e personagens ligados ao presidente que vem atuando e incitando protestos que pedem desde a volta do AI-5 ao fechamento do STF. Além dele, outros 10 parlamentares são investigados

O deputado federal general Girão Monteiro (PSL) aparece na lista dos deputados bolsonaristas que tiverm o o sigilo bancário quebrado nesta terça-feira (16) pelo Supremo Tribunal Federal, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

A corte iniciou ofensiva contra atos antidemocráticos e personagens ligados ao presidente que vem atuando e incitando protestos que pedem desde a volta do AI-5 ao fechamento do STF. Além dele, outros 10 parlamentares (nove deputados e um senador) também estão sendo investigados no inquérito que apura participação e financiamento de parlamentares e empresários em manifestações antidemocráticas que pedem, entre outras pautas, o fechamento do Congresso, do STF e a volta do AI-5.

O site Saiba Mais destaca que Girão é o único parlamentar eleito pelo Rio Grande do Norte investigado. Antes de assumir o mandato, em 2018, ele defendeu em vídeo a prisão dos ministros do STF.

Em 31 de maio, Girão participou de uma manifestação em frente ao Supremo e voltou a criticar os ministros da Suprema Corte, dizendo em vídeo: “Antidemocrático é o que esses caras aqui estão fazendo, esses 11 togados que foram ungidos para o Supremo como se fossem deuses. Isso aqui é a verdadeira demonstração da democracia brasileira, é o povo que está com Bolsonaro. O Brasil não pode dar um passo atrás. A nova jogada agora é a cassação da chapa no TSE, isso é um absurdo, temos que reagir a isso. Na Câmara dos Deputados também estamos reagindo”.

Os demais do grupo e alvos da operação são os bolsonaristas Daniel Silveira (PSL-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Cabo Junio do Amaral (PSL-MG), Alê Silva (PSL-MG), Otoni de Paula (PSC-RJ), Caroline de Toni (PSL-SC), Guiga Peixoto (PSL-SP), Aline Sleutjes (PSL-PR), além do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ). O Daniel Silveira, em especial, ficou conhecido por quebrar uma placa de rua com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco, em foto ao lado do governador do Rio, Wilson Witzel.

A quebra do sigilo bancário de Girão e dos demais foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O deputado, cujas atitudes são colocadas em suspeita pelo STF, era figura desconhecida até alçado a patamar de destaque na política do RN pelas mãos da então governadora Rosalba Ciarlini. Eliézer Girão Monteiro é cearense e general da reserva do Exército e foi nomeado secretario de Estado de Segurança Pública quando a atual prefeita de Mossoró governava o Estado.

A decisão de Moraes também inclui a operação  Polícia Federal que cumpriu nesta terça-feira (16) 26 mandados de busca e apreensão no inquérito que investiga o financiamento de manifestações antidemocráticas e entre os 21 alvos estão empresários, blogueiros e políticos bolsonaristas.