O secretário de Administração do Rio Grande do Norte, Pedro Lopes, fez um apelo público nesta semana pela soltura de um auditor fiscal aposentado de 88 anos, preso desde o dia 10 de junho, preso suspeito de ameças de morte e homofobia contra o próprio filho, segundo destaca o jornal Agora RN. A declaração foi feita pelo gestor por meio de vídeo nas redes sociais.
“Em defesa da dignidade da pessoa idosa, venho aqui fazer um registro pela soltura imediata de um colega meu, auditor fiscal, que desde o dia 10 de junho se encontra preso por ter cometido um crime de homofobia. Ato totalmente reprovável, inaceitável, mas nós estamos tratando de uma pessoa de 88 anos de idade que tem problemas de saúde”, afirmou Pedro Lopes.
O secretário alegou que, apesar da gravidade da acusação, o idoso deveria cumprir medida em casa. “Inclusive hoje ele foi atendido em uma rede privada para ter cuidado também com a saúde e há 12 dias que os advogados tentam a sua soltura, tentam o relaxamento da sua prisão para pelo menos cumprir em casa, que seria o natural, mas até agora não teve sucesso”, acrescentou.
ENTENDA O CASO
Um homem de 88 anos foi preso na manhã desta segunda-feira 9 em Natal, suspeito de ameaçar e agredir psicologicamente o próprio filho por não aceitar sua orientação sexual.
A prisão preventiva foi cumprida por policiais civis da Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (DECRID), com apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do RN, no bairro Candelária, Zona Sul da capital.

Segundo a DECRID, o homem é auditor fiscal aposentado e foi detido por crimes de discriminação, injúria qualificada, ameaça e violência psicológica.
A ordem judicial foi expedida pela 15ª Vara Criminal da Comarca de Natal e incluiu ainda mandado de busca e apreensão domiciliar. O cão policial Aquilles participou da operação devido à suspeita de posse de armas na residência do investigado.
De acordo com a investigação, os episódios começaram em 2020, quando o pai soube que o filho era homossexual. Desde então, segundo a polícia, as ameaças se tornaram frequentes e aumentaram nos últimos dias por causa da proximidade de um evento familiar no interior do estado, marcado para esta semana.
Testemunhas relataram que o homem dizia que iria ao encontro mesmo sem convite, com intenção de matar o filho. Durante a abordagem, ele confirmou aos policiais que viajaria para o local, mas não explicou os motivos.
Ainda segundo a DECRID, o suspeito apresentava comportamento agressivo e, ao se referir ao filho durante o cumprimento do mandado, disse: “o ‘cabra’ nasce homem e inventa de ser mulher, aqui em casa não bebe água”.
O inquérito também reúne registros de outras ocorrências que apontam o histórico de violência do investigado. Em uma delas, ele teria ameaçado um vizinho de morte. Em outra, após ser advertido por jogar lixo em local público, perseguiu a vítima e afirmou: “sou velho e não tenho nada a perder”.