Eleições

Rosalba, a ex-aliada de Fátima

O rosalbismo já tomou a sua decisão. Está nas trincheiras do bolsonarista Genivan Vale (PL) nome do senador Rogério Marinho (PL), na disputa pela Prefeitura de Mossoró. Tal sinalização da ex-prefeita e ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) significa sua desvinculação do grupo da governadora Fátima Bezerra (PT)

Imagem: Ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini / Foto: José Aldenir – Agora RN

Por William Robson – Agora RN

O rosalbismo já tomou a sua decisão. Está nas trincheiras do bolsonarista Genivan Vale (PL) nome do senador Rogério Marinho (PL), na disputa pela Prefeitura de Mossoró. Tal sinalização da ex-prefeita e ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) significa sua desvinculação do grupo da governadora Fátima Bezerra (PT), a quem se aliou recentemente. Sem expressar o rompimento, a situação deixa claro a ponto dos cargos da ex-apoiadora já estarem em disputa, como assinalou o jornalista Carlos Santos em seu blog esta semana.

Em setembro de 2022, Rosalba decidiu pender para o projeto de reeleição de Fátima. A governadora agradeceu o suporte, mesmo que tardio: “Quero agradecer à ex-governadora, ex-senadora e ex-prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP), por nos apoiar nesta eleição”, disse à época em suas redes sociais. Rosalba, já em frangalhos após a derrota frente ao prefeito Allyson Bezerra, buscava reorientação, o que acabou acontecendo a partir desta união velada ao Governo a poucos dias da eleição praticamente assegurada.

Porém, em verdade, o PT e o rosalbismo em Mossoró jamais se misturaram. Pelo contrário. Movimentos sindicais, organizados pela vereadora Marleide Cunha (PT), chegaram até a erigir uma boneca gigante denominada “Rosa de Hiroshima”, que desfilava em eventos pela cidade, num passado recente.
Além disso, em muitas situações eleitorais, o PT e rosalbismo foram antagônicos. E continuam sob o contexto municipal. Petistas deram as mãos ao presidente da Câmara, Lawrence Amorim (PSDB) e esqueceram até mesmo seus movimentos de apoio à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. Rosalba não estava lá. Os rosalbistas, por sua vez, esperavam o sinal que faltava para decidir a quem apoiar. Lawrence foi descartado.

Esta atitude significa, portanto, a ruptura com o Governo do Estado. A governadora esteve em junho em Mossoró para ungir o seu candidato em meio às festas juninas. Não foi o suficiente para atrair Rosalba, convencida pelo ex-deputado federal Beto Rosado a tomar outro rumo, neste caso o projeto de Marinho.
Desta forma, Rosalba decide pular do barco da governadora em momento delicado para Fátima. Todas as pesquisas mais recentes apresentam reprovação dos eleitores mossoroenses à sua gestão. Uma delas, divulgada pela mídia há esta semana, aponta uma reprovação que supera os 60%. Estes levantamentos tem repercutido nesta campanha eleitoral.

Por sua vez, a ex-prefeita, ela mesma, vinha liderando os índices de rejeição entre os candidatos para as eleições deste ano, a ponto de recuar em projeto de se candidatar a prefeita e até a vereadora. Seu apoio a Genivan não necessariamente se traduz em incremento de votos. O rosalbismo tem outros propósitos ao se unir ao grupo bolsonarista, tendência original desde as eleições presidenciais de 2018.

Naturalmente, o lugar de Rosalba não era ao lado do PT, nem da governadora Fátima Bezerra. Vale lembrar que Fátima, em 2022, chegou a afirmar que a adesão de Rosalba era a demonstração de que seu governo era aprovado por todos. “Este posicionamento expressa o reconhecimento do trabalho que estamos fazendo para manter o RN no rumo certo e avançarmos cada vez mais! Obrigada!”, disse. A ex-prefeita, ao se deslocar para outro grupo, parece ter outro posicionamento hoje.