Quaest: As pontas soltas na popularidade de Lula

A pesquisa da Genial/Quaest, divulgada esta semana pelo jornal O Globo, assustou o Governo Lula. O levantamento mostrou que a reprovação ao governo cresceu sete pontos desde o final de janeiro, chegando a 56%. A aprovação caiu seis pontos, atingindo 41%. São piores níveis desde o início do mandato.

Mais assustador ainda é saber que parte da rejeição se dá em grupos que historicamente o apoiavam como as mulheres, pessoas pretas e pardas, do Nordeste. E não para por aí. O presidente Lula sente o peso que advém da alta dos alimentos e da pouca margem de governabilidade sob o cabresto do Centrão. Porém, há outros fatores que passam pelo descolamento de parcela importante da sociedade brasileira.

É aí que o presidente precisa atentar e mudar o foco para setores importantes como os evangélicos (tratados pejorativamente por setores da esquerda), segurança pública (com plano real de enfrentamento à violência), o agronegócio (que é pop, mas tem papel relevante do ponto de vista de capital político) e as novas manifestações do mundo do trabalho, como os empreendedores (visto como precarizados por não adotarem lógicas da CLT).

O presidente já está ciente que necessitará atrair esta base eleitoral importante. Lula já acenou ao conservadorismo ao falar da “república dos ladrões de celular” e ao incluir orações nos eventos do Governo. Da mesma forma, para os MEIs, há um olhar para a abertura de crédito e para o agro mais abertura internacional. Estas ações podem surtir mais efeito que apenas apostar na Comunicação.