Projeto de Rafael Motta vai começar a esfriar?
As intenções do deputado federal para o Senado pareciam que tinha tudo para dar certo até os desdobramentos desta semana
Por William Robson
Começou bem animado. O projeto do deputado federal Rafael Motta para o Senado parecia que tinha tudo para dar certo. O que se viu foi o parlamentar fazendo o máximo para chamar a atenção da governadora Fátima Bezerra, a fim de que seu nome pudesse substituir ao do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, na chapa para o Senado. Teve de tudo, até foto com o Lula no lançamento da pré-candidatura do ex-presidente.
Motta começou a receber alguns apoios. Na semana passada, quatro prefeitos decidiram apoiar o seu projeto. O PV, que tinha se inclinado a ele, recuou. O Republicanos foi flertado, mas nada avançou. Será que as intenções do deputado começam a esfriar? Um fato pode ter sido determinante para isso: o encontro do Partido dos Trabalhadores no final de semana.
O evento reuniu 130 delegados e delegadas que aprovaram cinco resoluções, entre elas a que validou o projeto de reeleição da governadora Fátima Bezerra, as alianças político-eleitorais com MDB e PDT e o fortalecimento das candidaturas majoritárias. Ao final, uma imagem revelava o projeto: todos de mãos dadas, Fátima, ao lado de Carlos Eduardo, Walter Alves e o senador Jean Paul Prates.
Motta não estava na foto, ou seja, a contragosto, a governadora Fátima Bezerra validou a sua aliança com Carlos Eduardo. Sim, a contragosto, porque ela mesma disse que gostaria que o nome fosse o de Jean. Rafael Motta, embora de partido da linha de apoio à governadora, o PSB, não apareceu no radar em momento algum.
Há quem especulou que a pré-candidatura de Motta ao Senado foi uma atitude deliberada para confrontar com Carlos Eduardo e, assim, favorecer Jean. Também não deu certo, no final das contas.
Diante disso, muito provavelmente, Motta terá dois caminhos: insistir sozinho no intuito de concorrer contra o ex-ministro Rogério Marinho e Carlos Eduardo, ou aproveitar algum ganho deste movimento e incrementar o plano de permanecer na Câmara dos Deputados.