Mais uma promessa

Porcellanati não cumpre o seu próprio prazo para retomar operações

As operações não foram reativadas. Sequer a ligação de gás natural para funcionamento da unidade também. Para justificar a retomada, contratou menos de 40 funcionários, bem inferior à sua real necessidade

Por William Robson

Mesmo com a promessa de nova retomada Porcellanati, as operações não recomeçaram. E não há mais tempo. O prazo final termina nesta quinta-feira (4),  e foi apresentado pela própria direção da empresa. Ou seja, a empresa ofereceu novo prazo para reabertura e não conseguiu cumprir o calendário que ela mesma estipulou.

As operações não foram reativadas. Sequer a ligação de gás natural para funcionamento da unidade também. Para justificar a retomada, a Porcellanati contratou em torno de 40 funcionários, mas a quantidade é bem inferior à necessidade da indústria para que funcione plenamente.

Acredita-se que, sob esta condições, a previsão é de que o empreendimento não retome suas atividades nem se fosse até o final deste mês.

Em outubro deste ano, a Prefeitura de Mossoró publicou no Jornal Oficial de Mossoró (JOM), processo administrativo tratando sobre a reversão de doação de terreno, que foi iniciado em 2015. Os detalhes sobre o pedido para retomada do terreno foram analisados pelo site WILLIAM ROBSON.

A rigor, a Porcellanati não está funcionando desde 2014. No ano seguinte, a Prefeitura pediu o terreno, mas nas promessas de retomada, a situação foi levada com a barriga por seis anos. Nem a nova promessa não cumprida deve impedir a Prefeitura de Mossoró a pedir o terreno o quanto antes. Há propostas para a instalação de outras empresas no local, gerando em torno de 600 empregos inicialmente, sendo uma fábrica de beneficiamento de castanha e uma indústria de premoldados.

O fato de a Porcellanati continuar na cidade desde 2014 sem qualquer serventia foi favorável para estratégias de gestões municipais anteriores para fins eleitoreiros. Na última das investidas, centenas de mossoroenses se aglomeram em longas filas formadas na tentativa de conseguir uma vaga de emprego, em 2018, durante a gestão de Rosalba Ciarlini.

A Porcellanati, ao não cumprir o seu próprio prazo, e montando uma estrutura como pretexto para permanecer no local, tenta emplacar nova esperança de que estaria no seu deadline funcionando a todo vapor. Claro, isso é mais uma promessa.