Reforma da Previdência

Por que os deputados da oposição querem uma reforma mais pesada para os servidores?

Os mesmos deputados que cobraram da governadora a defesa da reforma não se colocam contra esta medida. Eles também são a favor da reforma. De outra reforma. Até porque não existe a possibilidade de ser contra

Quando a oposição cobrou à governadora Fátima Bezerra a defesa da reforma da Previdência do Estado, esperava expô-la aoconstrangimento. É verdade, a governadora está em situação delicada, porque precisa garantir esta reforma após sucessivos saques dos governos anteriores que devastaram o fundo previdenciário e do déficit mensal que chega aos R$ 140 milhões. Fátima, em vídeo abaixo, fez a defesa. Não porque ela deseja simplesmente que a reforma seja concretizada, mas porque é determinação imposta a Estados e Municípios que administram suas pensões.

Fátima está diante de dificuldades que impedem que a sua proposta seja levada adiante. A intenção do Governo busca minimizar os danos que algo do tipo impõe. Não é nada agradável sugerir alteração nas aposentadorias ou gerar mais despesas para o trabalhador da ativa. No entanto, a necessidade é compulsória e tem prazo para ser realizada: 31 de julho.

Os mesmos deputados que cobraram da governadora a defesa da reforma não se colocam contra esta medida. Eles também são a favor da reforma. Até porque não existe a possibilidade de ser contra. Há somente duas alternativas postas neste embate: apoia-se a reforma do Governo ou estará aderindo ao modelo proposto pelo Governo Bolsonaro. Ou seja. se o texto de Fátima não for apreciado e aprovado até a data prevista, prevalecerá o Plano B que é adoção do regime previdenciário do Governo Federal. Isso quer dizer que as consequências serão bem piores.

Os deputados da oposição querem, em outras palavras, a pior reforma da Previdência para o RN. Segundo antecipou o Blog do Barreto, a alíquota previdenciária a ser a dotada seria igual à do serviço público federal. Neste caso, 97,94% dos servidores estaduais iriam para a alíquota de 14%. Assim, não há alternativa possível de ser contra a reforma da Previdência. Ela precisará ser feita. A questão é de escolher qual alíquota será oferecida ao servidor: os 14% do regime federal, ou a proposta do Estado em que a maioria ficará na casa dos 12%, distribuida gradualmente.

Portanto, Fátima gravou o vídeo defendendo o seu texto, porque está ciente que é muito menos danoso que o de Bolsonaro, já em vigor. O constrangimento, neste caso, será deslocado para os deputados de oposição que insistem em não aprovar este modelo proposto, em clara adesão ao regime bolsonarista que permitirá mordida maior nos rendimentos dos servidores. Estes servidores precisam ficar atentos aos deputados que, por mero entrevero político atravessado pelo antipetismo, intentam sangrar a governadora nestas condições.

No vídeo, Fátima ressaltou que a reforma, por imposição e necessidade orçamentária, é prioridade e que se não for aprovada serão aplicadas sanções, além das regras previdenciárias determinadas em 2019, no Diário Oficial, em nível federal.

Conforme a Agência Saiba Mais, caso a reforma da previdência estadual encaminhada a Assembleia Legislativa pelo Governo Fátima não seja aprovada, o grupo de servidores mais afetado e que terá um desconto maior está entre os que recebem de um salário mínimo até R$ 10 mil.

A oposição na Assembleia tem resistido a aprovar a reforma do Governo do Estado, obrigando o RN a aderir às regras da reforma da Previdência aprovada pelo Congresso a partir de texto elaborado pela equipe econômica do governo Bolsonaro. E a responsabilidade desta barbaridade será inteiramente deste grupo.