Por que o Palácio da Resistência será transformado em equipamento cultural de visitação?

Por William Robson

Quando Allyson Bezerra tomou posse como prefeito de Mossoró e foi caminhando em direção ao Palácio da Resistência, ao lado de seus correligionários e eleitores, sabia que realizou um feito tido por muitos como impossível. A aura da prefeita Rosalba Ciarlini, de estrutura arraigada e intransponível, foi vencida pelo jovem de 28 anos da zona rural. Era hora, então, de conhecer o novo local de trabalho, onde Rosalba e seus seguidores há anos entronizavam.

Entrar no Palácio, segundo Allyson em sua mensagem â Câmara nesta terça-feira (9), significou a tomada do poder pelo povo. Afinal, este mesmo povo não tinha acesso aos cômodos do Palácio, que foi a casa do prefeito Rodolfo Fernandes, emblemática figura do combate ao bando de Lampião na invasão de junho de 1927. Este povo sequer conhece onde o chefe do Executivo trabalha, toma as decisões, se reúne com seus auxiliares. Não tem ciência de como funciona aquela casa importante e de onde as medidas mais importantes nascem e mudam a cidade para o bem ou para o mal.

Allyson lembrou que ao entrar no Palácio viu pessoas que o acompanhavam visivelmente emocionadas. Gente da zona rural que nunca imaginou colocar os pés ali, algo inatingível, impossível a simples mortais. Realmente um muro foi derrubado e a emoção daquelas pessoas levou o Allyson a explicar na mensagem que pretende integrar o Palácio da Resistência nos equipamentos de cultura da cidade, para que o povo possa visitar e conhecer a estrutura do edifício.

“Em primeira-mão, faço questão de anunciar, aos vereadores e à população, que um equipamento municipal histórico passará, logo em breve, a ser aberto para visitação – como já discuti com o secretário de cultura do nosso município –, que será o Palácio da Resistência. Foi simbólico para mim, no dia da minha posse, ver muitos mossoroenses chorando, se emocionando, porque pela primeira vez estavam entrando pela porta do Palácio da Resistência. O povo chegou à Prefeitura e continuará chegando cada vez mais”, afirmou em sua mensagem.

O Palácio será incluído no mapeamento no Sistema Municipal de Informação e Indicadores Culturais, que catalogará todas as expressões culturais – materiais e imateriais do município. Neste caso, o Palácio se integrará a outros edifícios culturais da cidade, como a biblioteca, o museu e o teatro. “Vamos recuperar museu, o teatro municipal, a biblioteca Ney Pontes Duarte e muitos outros equipamentos culturais para que recebam bem os visitantes, de Mossoró e de outras cidades. Nós vamos ampliar o atendimento desses equipamentos, inclusive à noite e nos finais de semana, fazendo de Mossoró uma cidade que respira e tem orgulho da sua cultura, reconhecida em todo Brasil”, explicou.

O prefeito ainda não detalhou como o Palácio da Resistência será reservado para  visitação e como será o procedimento. Em todo caso, trata-se de devolver aos mossoroenses um prédio há muito tempo isolado e pouco conhecido do povo.