Investigação

PF apura o caminho de R$ 51.800 do General Girão para atos antidemocráticos

A investigação levanta a hipótese que os recursos serviriam para a divulgação e financiamento dos atos antidemocráticos e o papel do benefíciário, o publicitário Sérgio Lima, era dar vazão à divulgação e convocação dos manifestantes

A situação do deputado bolsonarista General Girão vai se tornando mais difícil diante da ofensiva do Supremo Tribunal Federal (STF) aos expoentes de atos antidemocráticos.  Ele está na lista de quatro parlamentares ligados ao bolsonarismo apontados no financiamento de tais protestos com recursos declarados como “divulgação de mandato parlamentar”.

Segundo o site Uol, os recurso desembocavam na agência do publicitário Sérgio Lima, que recebeu ao menos R$ 87.700 da cota parlamentar de Girão e dos deputados  Bia Kicis (PSL-DF), Aline Sleutjes (PSL-PR) e Guiga Peixoto (PSL-SP) nos últimos seis meses.

A investigação levanta a hipótese que os recursos serviriam para a divulgação e financiamento dos atos antidemocráticos e o papel de Sérgio Lima era dar vazão à divulgação e convocação dos manifestantes. O Supremo Tribunal Federal quebrou o sigilo bancário de Girão e dos demais deputados bolsonaristas envolvidos com os serviços do publicitário.

Dos quatro, o mais dedicado neste propósito foi deputado do RN. O General Girão gastou R$ 51.800 desde dezembro do ano passado, quando se tornou cliente. Segundo o site, naquele mês, foi pago R$ 10.800 à S8 Sampa Agência de Propaganda. Embora o publicitário afirmasse que deixou a agência em dezembro, a Receita Federal, ressalta que o seu nome ainda consta como sócio.

A reportagem ainda mostra que em janeiro e fevereiro, os serviços da S8 custaram ao gabinete de Girão R$ 11.400 e R$ 7.400, respectivamente. De março a maio, último mês com a prestação de contas disponível no portal, o gabinete do deputado pagou R$ 7.400 à Inclutech Tecnologia da Informação, outra firma da qual Lima aparece como sócio.

Os atos tinham como objetivos exigir o fechamento do Congresso Nacional, do STF, intervenção militar e um AI-5 e estão sob investiagação da PF, depois de aberta pela Procuradoria-geral da República (PGR).

O deputado General Girão se manifestou, Negou qualquer envolvimento em atos antidemocráticos e que os serviços de Lima são referentes “a acompanhamento e análise de pautas políticas, elaboração e manutenção do site do deputado, relatórios diários de notícias (clipping) e atualização mensal de SEO no site”.

O deputado garante que ainda não foi notificado sobre a quebra de sigilo bancário  e que “buscará todas as medidas cabíveis para se contrapor a um ato que configura mais uma atitude de arbitrariedade e totalitarismo”.