Pesquisador estima 20 mortes por dia no RN na primeira quinzena de julho
“O cenário otimista é com o nível de isolamento e de contaminação que está ocorrendo. Se continuar do jeito que estamos vindo, com isolamento mal feito e mitigado, é o cenário de otimismo”, diz o pesquisador da UFRN José Dias do Nascimento
O pesquisador do departamento de Física da UFRN José Dias do Nascimento Jr. estima que, no cenário mais otimista, o Rio Grande do Norte pode chegar a 20 óbitos por dia ainda na primeira quinzena de julho. Em projeções divulgadas nesta terça-feira (2), o físico aponta que o pico da pandemia no Estado deve ocorrer entre 12 e 23 de julho, a depender do grau de isolamento é obediência do decreto que será atualizado no próximo dia 4. Nesse período, o Rio Grande do Norte pode atingir uma média de 20 mortes por dia. Já num cenário mais pessimista, com isolamento social ainda mais baixo do que ocorre atualmente, Nascimento Jr. estima até 70 óbitos a cada 24 horas:
“O cenário otimista é com o nível de isolamento e de contaminação que está ocorrendo. Se continuar do jeito que estamos vindo, com isolamento mal feito e mitigado, é o cenário de otimismo. As pessoas vão continuar morrendo, chegando nas UTIs e as UTIs estarão lotadas, mas dando vencimento (aos pacientes). Agora se as pessoas desrespeitarem ainda mais o isolamento, vão adoecer de forma mais rápida do que a vazão de retirados de cura. Aí é cenário pessimista, isso pode ser até com 40% de isolamento”, prevê.
Nesta terça-feira (2), a secretaria de Estado de Saúde Pública atualizou os dados epidemiológicos no Rio Grande do Norte. O número de óbitos subiu para 341, sendo 14 nas últimas 24 horas. Na segunda-feira, foram 11 mortes num único dia. Ainda há 68 mortes sendo investigadas pelos órgãos de vigilância sanitária. Ao todo, 8.233 pacientes já foram confirmados com a Covid-19 e 16.364 são considerados suspeitos de terem sido infectados pelo novo Coronavírus.
“No dia 20 de maio, estávamos na média de 10 óbitos por dia. Nesse dia tínhamos 4.048 infectados “testadados”, e pelo modelo, cerca de 80.000 subnotificados entre assintomáticos e sintomáticos. Ou seja, 80.000 pessoas por ai com a capacidade de infecção”, disse.