Para Girão, esquema de fake news é liberdade de expressão: “Não vão nos calar”
O deputado reagiu e acusou o Supremo de perseguição a seus amigos bolsonaristas, que tiveram contas suspensas. Afirmou: “Hoje, tivemos mais uma agressão contra a Liberdade de Expressão”
Quando o STF derruba a contas de redes sociais de 17 bolsonaristas, atinge o coração do Gabinete do Ódio e enfraquece a máquina de mentiras que proporcionou a eleição de Jair Bolsonaro, reforçada com elementos adjacentes que dariam texto à parte. A ofensiva significa adentrar em segunda fase da onda bolsonarista antidemocrática, iniciada por hostilização às instituições e ameaças contundente a autoridades, adversários políticos e ministros do Supremo.
Para contextualizar que ainda não acompanhou o capítulo desta série de baixo nível, o Supremo determinou a suspensão de contas de redes sociais dentro do inquérito relatado que apura esquema de fake news promovido por bolsonaristas. Entre os investigados que tiveram as contas no Twitter, Instagram e Facebook suspensas estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), os blogueiros Allan dos Santos e Bernardo Kuster, a extremista Sara Geromini e o empresário Luciano Hang.
A ofensiva tem deixado Jair Bolsonaro, que agora tenta se descolar deste universo terraplanista. Aproxima-se mais do centrão, enquanto joga os seguidores de sua seita ao mar. Bolsonaro tem evitado maiores polêmicas e, mesmo referenciando a cloroquina, levantando ao alto como troféu ou apontando para as emas bicadoras, segue com o quarto exame positivo de Covid-19. Os tempos não estão favoráveis ao presidente, embora consiga manter a sua base de apoio popular, em boa parte, forjada por integrantes do gabinete do ódio.
Esta base também conseguiu financiamento público para suas manifestações antidemocrática, ocorridas semanalmente na Praça dos Três Poderes. Neutralizados, estes protestos agora dão lugar a investigações para seguir o dinheiro que bancava a estrutura fascista.
O deputado General Girão reagiu rapidamente e acusou o Supremo de perseguição a seus amigos bolsonaristas, que tiveram contas suspensas. Afirmou: “Hoje, tivemos mais uma agressão contra a Liberdade de Expressão”. Como sabemos, nenhuma liberdade é absoluta, porém,. o deputado supõe que a simples ideia de liberdade de expressão permite destilar ódio e ataques a pessoas e às instituições sem limites. A foto de Allan dos Santos, que ilustra este texto, mostra o nível do debate levantado pelo grupo.
Girão ainda acusa a corte de ativismo político, o que não deixa de ser outro ataque à instituição. “Se não é, alguém pode me dizer o que é?”, indaga em seu Twitter, fechando com uma hashtag #NÃOVÃONOSCALAR dando a entender que não aprenderam a lição.
Vale lembrar que o deputado potiguar foi um dos parlamentares bolsonaristas investigados pelo inquérito dos atos antidemocráticos e por isso, foi arrolado em processo de expulsão em seu antigo partido, o PSL. Em reportagem publicado pelo G1, o dinheiro da cota parlamentar desembolsado por ele e outros deputados foi destinado à empresa Inclutech Tecnologia de Informação, que pertence ao publicitário Sérgio Lima, responsável por financiar os atos antidemocráticos de fechamento do STF, do Congresso e pela volta da ditadura militar.