Decreto mais rigoroso

Os pontos preocupantes do Governo que levarão às novas medidas restritivas

Fátima tende a acompanhar as demandas as quais buscam os secretários? Esta é um questionamento que só se saberá na edição do decreto nesta sexta-feira (5). Veja os pontos defendidos por ela, seguindo reivindicações dos secretários de Saúde
4 de março de 2021
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Por William Robson

Os secretários de Saúde dos Estados brasileiros listaram as medidas que precisam ser implantadas para conter o avanço de casos e mortes por Covid. Sabem que o país está em situação de pré-colapso ante a inépcia do presidente que debocha da situação e pede para que os brasileiros parem o mi mi mi. Como já relatado em textos anteriores, o RN está em situação preocupante. Mossoró vive situação de pré-colapso, quadro amenizados com a reabertura de leitos de UTIs Covid iniciados esta semana.

Nesta sexta-feira, será aguardada a publicação de decreto mais rígido por parte da governadora Fátima Bezerra. Sobre isso, falou em primeira mão para o Foro de Moscow. As medidas que poderão ser anunciadas passam pela ampliação da faixa de horário do toque de recolher e suspensão de algumas atividades não essenciais.

O que a governadora anunciou, de antemão, sem aprofundar nos detalhes do decreto a qual editará, coaduna com as solicitações dos secretários. Na carta divulgada pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), a adoção de medidas mais rígidas dos estados e do governo federal em relação à pandemia é a principal reivindicação.

O secretário de Saúde do RN, Cipriano Maia

Os secretários consideram o quadro da pandemia no Brasil  como “o pior momento da crise sanitária provocada pela covid-19”. Por sua vez, o secretário de Saúde Pública do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, em entrevista ao Bom Dia RN nesta quinta-feira (4) confirmou o decreto mais rigoroso que tenderá a restringir também a circulação de pessoas, não detalhou quais medidas serão tomadas. ” Vivemos um momento trágico, no qual estamos vendo cada dia mais o sistema de saúde superlotado, saturado, em muitas regiões, em muitos estados do país, e aqui não seria diferente”, disse.

Não há outra saída, que não pelo endurecimento das medidas. Foi com a implementação de quarentena rigorosa que levou Portugal, em colapso durante a segunda onda da pandemia, a ostentar agora uma das taxas de contaminação mais baixas da Europa. Tal exemplo precisa ser replicado. Os Estados pressionam o Governo Federal neste sentido.

Nesta linha, Cipriano acrescenta pontos no decreto anunciado por Fátima: “Deverá sair um novo decreto ampliando as restrições. O limite está sendo discutido ainda para exatamente diminuir a circulação de pessoas e aumentar a fiscalização. Tem questões críticas que precisamos atacar, como o transporte público lotado”.

Fátima tende a acompanhar as demandas as quais buscam os secretários? Esta é um questionamento que só se saberá na edição do decreto. Outros Estados e cidades já endurecem com toques de recolher e restrições de circulação em alguns horários, fechamento do comércio de atividades não essenciais e proibição de acesso a parques e praias.

Esta semana, no fórum dos governadores, o tema se voltou às medidas. E em atenção especial ao Conass, destacado pela governadora na entrevista à Agência Moscow. A carta dos secretários listam uma série de medidas para reduzir a velocidade de transmissão do novo coronavírus. Entre elas está o toque de recolher a partir das 20h, medidas para reduzir a superlotação dos ônibus e o aumento do número de testes.

Portanto, estes são os principais pontos que podem estar no decreto da governadora, com base na carta lançada pelos secretários: A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país; O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana; O fechamento das praias e bares; A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado; A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos; A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

Nesta quinta-feira (4), a taxa de ocupação de leitos críticos no RN era de 93,5%. Na região Oeste, a mais crítica do estado, a taxa é de 98,8%, ou seja, em situação de pré-colapso.