Rodovias

Os lados que se unem pela duplicação da BR-304

Esta semana foi marcada com a notícia que, pela enésima vez, a obra vai sair

Por William Robson

Já está perto dos dez anos que se fala, efetivamente, em duplicar a BR-304, importante via que liga o RN ao Ceará e que corta o primeiro. Atualmente, o trajeto Mossoró-Natal, por exemplo, é experiência de roleta-russa por conta do fluxo, falta de acostamento, curvas sinuosas e aclives surpreendentes.

O assunto voltou à tona. Esta semana foi marcada com a notícia que, pela enésima vez, a obra vai sair. O ministro dos Transportes, Renan Filho, garantiu ao governador do Ceará, Elmano de Freitas, a duplicação entre Aracati e a divisa do Rio Grande do Norte, complementando o projeto cearense de reforço turístico na região litorânea. O Estado vizinho se destaca por uma rodovia estadual duplicada que vinca as cidades do litoral (CE-040) chegando a Aracati. Esta, por seu lado, guarda trecho duplicado até o início da BR-304 — sem o benefício.

Momento de comemoração do lado cearense, certamente. Porém, a rodovia vai afunilar quando o motorista cruzar os Estados e singrar pelo RN? Como se trata de obra federal, há grande probabilidade de a rodovia inteira ser contemplada, inclusive a parte potiguar, um custo orçado em R$ 2,8 bilhões.

Logo após a manifestação do Ceará, o governo do RN também se mobilizou em tratar do tema nesta quarta-feira (8). Relatou que a Diretoria Executiva do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão responsável pelas obras em rodovias federais, vai começar os trabalhos no ano que vem.

“Nossa gratidão ao Presidente Lula e ao ministro dos Transportes Renan Filho pela sensibilidade com o pleito, que é um antigo sonho do Rio Grande do Norte. São novos tempos! Governo Federal e Estadual trabalhando juntos pelo desenvolvimento do RN e do Brasil!”, disse a governadora Fátima Bezerra em suas redes sociais.

Ao que parece, os Estados envolvidos foram simultaneamente comunicados acerca da duplicação, o que faz todo sentido. Neste momento, o conflito de influência dos Estados poderia deixar a obra pela metade. Agora, a cobrança virá reforçada dos dois lados.