Os dois significados do movimento de Francisco Carlos ao governismo
Vereador migra para o governismo. A voz do rosalbismo na Câmara é silenciada. O que isso significa?
Por William Robson
O ensaio já se organizava desde o final do ano passado. O rosalbismo, mal das pernas e derrotado pelo prefeito Allyson Bezerra em 2020, ainda conseguia manter uma voz na Câmara. Até então isolada e em meio a outros integrantes da oposição. Porém, não conseguiu ter forças para manter o vereador Francisco Carlos no grupo. E, agora, o que foi ensaiado ganha contornos efetivos.
Francisco Carlos migra para o governismo. A voz do rosalbismo na Câmara é silenciada. E deixar este grupo para aderir ao que o derrotou implica em desafios para o vereador, como, por exenplo, manter a base eleitoral enraizada no seu antigo agrupamento. No entanto, ao engrossar a bancada do prefeito, dois fatores ficam ainda demonstrados.
O primeiro é a qualidade do parlamentar, elevando o nível do debate a favor de Allyson. Francisco Carlos é professor e, mesmo na oposição, não buscava o caminho das críticas vazias ou ataques pessoais. Sua postura até facilitou que qualquer pontes não fossem demolidas. Além do voto, percebe-se que Allyson terá voz qualificada nos embates.
“O prefeito tem projetos, o prefeito tem ideias e está com disposição pra fazer e quer somar para realização de tudo isso”, disse durante a solenidade no Palácio da Resistência, sobre investimentos de R$ 200 milhões em obras. Foi a primeira vez que o professor se manifestou mais abertamente, embora sua defesa aos projetos do Executivo já indicavam esta sinalização.
O outro fator a ser considerado é que o prefeito Allyson Bezerra avança no campo de batalha político em Mossoró. O grupo da ex-prefeita Rosalba Ciarlini, cambaleada e com contingente diminuto, vê o atual prefeito ocupar espaços e antigos “territórios”.
Isso significa Allyson mais robusto para as eleições do ano que vem, quando o seu maior adversário a preço de hoje, o rosalbismo, não tem armas e “homens” para enfrenta-lo.