Os caminhos divergentes do MDB de Garibaldi e de Henrique
O caminho pretendido por Henrique, que afirmou não “estar no MDB”, mas “ser o MDB”, entra em divergência com o caminho preparado pelo ex-senador Garibaldi Filho e seu filho, o deputado Walter Alves
Por William Robson
O ex-deputado Henrique Alves (MDB) conversou nesta terça-feira (25) com os jornalistas William Robson e Bruno Barreto para o Foro de Moscow. Entre os mais diversos temas, destacou a sua intenção em voltar a disputar um cargo eletivo, em aliança provável com o prefeito de Natal, Àlvaro Dias. Ainda não está certa a candidatura deste ao Governo do Estado, mas Henrique disse que Álvaro é ” uma unanimidade” e que há muitos pedidos neste sentido.
Diante deste detalhe, o jornalista Bruno Barreto questionou sobre a possível dobradinha dele com o filho de Álvaro, Adjuto Dias (MDB). Admitiu ser uma possibilidade real e lembrou da longa história de parcerias com Álvaro no Seridó. “Seria natural pelas minhas ligações com Álvaro Dias. Adjuto vem para continuar uma história”, frisou.
No entanto, este caminho de Henrique, que afirmou não “estar no MDB”, mas “ser o MDB”, entra em divergência com o percurso preparado pelo ex-senador Garibaldi Filho e seu filho, o deputado Walter Alves. Este ponto foi levantado pelo jornalista William Robson, logo em seguida.
O ex-presidente Lula esteve no RN e se encontrou com Garibaldi. Pediu seu apoio à reeleição da governadora Fátima Bezerra. Garibaldi considerou a ideia e está conversando com o Governo. Walter pode, inclusive, compor a chapa majoritária da governadora.
No entanto, isso vai de encontro com o traçado de Henrique, que embora tenha elogiado e demonstrado respeito pelo ex-presidente Lula, afirmou que pedirá votos para a senadora Simone Tebet (MDB). “O presidente Baleia Rossi recentemente contratou o marketing de muita qualidade para fazer a campanha dela e divulgou um vídeo de que ela vai percorrer o Brasil. Então, pelo respeito ao meu partido, ao Baleia Rossi e a ela, vou recebê-la aqui como candidata do MDB”, disse Henrique.
Mesmo assim, o ex-deputado também deixou em stand by uma conversa com Lula. “Não gostaria de tratar disso nesta hora, com o respeito que tenho ao presidente Lula e de nenhuma outra candidatura, antes de tratar com coerência a candidata Simone Tebet. O que vai acontecer até abril e daqui pra lá, os partidos devem sentar à mesa. Vão dialogar, sem impor. Convencer ou ser convencido que é a arte da política. Então, acredito que vai acontecer tudo naturalmente”, ressaltou.