Agressões

O sadismo dos agentes

Muito comum no noticiário da imprensa carioca, a truculência policial também foi vista e filmada em Mossoró

Por William Robson

Muito comum no noticiário da imprensa carioca, a truculência policial também foi vista e filmada em Mossoró. Em cenas de pura repugnância, agentes da guarda municipal imobilizam dois jovens e estes, já rendidos, de costas e com as mãos na cabeça (e, por assim dizer, custodiados) são agredidos por quem deveria garantir a segurança (inclusive deles).

Como nada mais passa despercebido das câmeras, os vídeos das agressões ganharam as redes sociais no final de semana. O caso aconteceu no domingo (28) e envolveu um guarda municipal e um agente de trânsito, no Corredor Cultural, na avenida Rio Branco. Dois vídeos foram compartilhados, um mais distante e outro bem de perto. Em ambos, é possível ver os socos e chutes gratuitos, manifestação sádica de servidores que demonstram despreparo.

O episódio chegou à Câmara Municipal esta semana. “Não podemos tolerar e ser cúmplices desse tipo de conduta em nossa sociedade”, disse a vereadora Marleide Cunha (PT). “Os guardas estão certos em parar, apurar o que estava ocorrendo, apreender a moto. Mas erraram em agredir e isto será apurado”, ressaltou o vereador Genilson Alves (PROS), acrescentando que os adolescentes estavam dirigindo de forma imprudente pela avenida e que uma criança de dois anos quase foi atropelada.

De qualquer forma, nada justifica as agressões. Familiares de um dos jovens já procura meios judiciais e devem processar os envolvidos. A Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESDEM) da prefeitura prometeu apurar. Mais do que isso, deve punir estes agentes cujas atitudes mancham a imagem da instituição. A resposta desta apuração deve ser anunciada o quanto antes em busca da urgente reparação.

O trabalho dos agentes não pode ser contaminado com a prática de justiçamento mimetizada a partir de polícias inescrupulosas cotidianamente apresentadas na TV. Este caso, embora isolado, deve ser rigorosamente esclarecido para que não se repita. Para que os agentes sejam empáticos nas abordagens e  garantam o direito e a segurança de todos.