Trama golpista

O que Marinho quer ao falar de anistia e pacificação

O senador potiguar foi uma das 40 mil pessoas presentes na Avenida Paulista
7 de abril de 2025
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Por William Robson

O senador Rogério Marinho foi uma das 40 mil pessoas presente na Avenida Paulista a fim de pedir que Bolsonaro saia impune da trama de golpe de Estado no Brasil. Aquela movimentação ganhou um eufemismo: anistia por todos os que foram condenados pelo ato de 8 de janeiro. Na verdade, Bolsonaro não está muito preocupado com aqueles que destruíram os prédios do Governo. Quer livrar o dele da reta.

Marinho sabe disso. Fala em anistia como aquilo que “vai pacificar o Brasil”. Balela. O senador não está preocupado em pacificar, logo ele que tensiona as relações de quem pensa o contrário. A pacificação, sim, virá na contramão da impunidade.

Um detalhe durante o ato em SP é que o senador afirmou que o povo decidirá pela anistia. “A anistia não pertence aos órgãos de imprensa. Pertence àqueles que são os legítimos donos do Brasil, que é o povo brasileiro”, afirmou. Tudo bem. Mas, considerando esta sua fala, pesquisa da Quaest divulgada às vésperas do convescote, mostram que 56% dos brasileiros são contrários à anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, enquanto 34% defendem que o grupo seja solto.

Ou seja, não há clima de anistia na sociedade. Mas, Marinho joga para o Congresso esta decisão, de que o povo quer discutir este tema. No entanto, o que se vê é uma sociedade que não quer anistia alguma. Bolsonaro sabe o que lhe espera e todo aquele movimento em São Paulo se traduziu em prenúncio de que terá que responder por atentar contra a democracia. Somente o rigor da punição de todos os envolvidos é o que vai realmente pacificar o país.

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