O que incomoda Rogério Marinho após o terrorismo
Marinho é o maior representante bolsonarista do Rio Grande do Norte e quer ser presidente do Senado
Por William Robson
Os aliados do senador eleito Rogério Marinho já fizeram as contas. Será muito complicado levar adiante a sua candidatura à Presidência do Senado em um momento em que o bolsonarismo age com atos de terrorismo impondo golpe de Estado ao destruir as sedes dos três poderes.
Marinho é o maior representante bolsonarista do Rio Grande do Norte. Padrinho do Orçamento Secreto, via recursos da Codevasf, garantiu sua eleição com o apoio de mais de 100 dos 167 prefeitos do Rio Grande do Norte. Além disso, foi ministro do Bolsonaro e sempre rezou na cartilha do seu líder.
Depois dos ataques dos seus à democracia e aos símbolos da República, tratou imediatamente de desarmar a bomba perto de si. Escreveu um tuíte em que ressalta: “Repudio os atos de vandalismo em Brasília. A democracia não admite a depredação e a barbárie. Essas ações terminam justificando o injustificável, ou seja, causarão o recrudescimento de medidas excepcionais que relativizam a constituição e atacam liberdades individuais”.
Ou seja, reagiu rapidamente para se dissociar da barbárie que o bolsonarismo representa e a sua aversão à civilização. Mas, o DNA bolsonarista corre no sangue de Marinho e dificilmente será capaz de uma transfusão capaz de se purificar. O colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, explicou que “ os ataques golpistas criam um temor em eleger um nome ligado ao bolsonarismo neste momento devido às ações, apesar de o ex-ministro não compactuar com os atos”. Praticamente será impossível afastar o bolsonarismo de Marinho neste momento em que a extrema direita brasileira está fortemente isolada.