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O que está por trás das três candidaturas com origem na atual gestão?

As redes sociais começam a movimentar os cinco candidatos ao cargo máximo da universidade. No entanto, três deles guardam algo em comum: saíram da costela da atual gestão, o que abre margem para a reflexão de uma estratégia velada

A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) já está em plena campanha para a escolha do reitor que vai suceder o professor José de Arimateia de Matos. As redes sociais começam a movimentar os cinco candidatos ao cargo máximo da universidade. No entanto, três deles guardam algo em comum: saíram da costela da atual gestão, o que pode abrir margem para o entendimento de uma estratégia encoberta para garantir a continuidade.

Em meio a lives e propostas apresentadas em forma de postagens nas redes sociais, sem falar da dúvida da possibilidade do atual reitor afiançar três candidaturas aparentemente discrepantes, mas essencialmente semelhantes, entende-se que esta modalidade estratégica velada tende a encurralar alunos, estudantes e professores, além de o Ministério da Educação bolsonarista.

Um dos candidatos é o professor Rodrigo Sérgio, que até o início do ano era pró-reitor da atual gestão, seguindo os passados delineados por Arimateia. Após uma entrevista a um jornal da cidade em que criticou a administração, foi exonerado junto com seus auxiliares, e assim, teriam se deslocado para a oposição de outro nome ligado a Matos, o Rodrigo Codes. Neste roteiro, o que pode ser um opositor do outro, tende a confluir para o mesmo lugar.

Sérgio surge com características que podem agradar os bolsonaristas. E mantém assim o seu atributo de estrategista em campanhas universitárias ao ter participado efetivamente da coordenação das duas anteriores e referendadas pelos governos petistas.

Codes, por sua vez, é o nome oficial da atual gestão. É engenheiro e foi pró-reitor de Graduação, onde somente através deste cargo, conseguiu se apresentar aos ufersianos. Segundo reportagem publicada no site Mossoró Hoje, ele tem “pouco trânsito social e político, é cearense com reduzido contato com os setores mais produtivos do RN, visto dedicar-se mais fortemente à pesquisa”.

No entanto, é o nome mais claro do que vem a ser a sucessão do atual reitor. Ou seja, se coloca como o ungido por Matos. O candidato é ligado ao Centro de Engenharias e tem como vice o professor Edcarlos, do campus de Angicos, após um acordo para que deixasse de postular a vaga de diretor do campus.

A terceira vertente da gestão é o professor Jean Berg, que foi coordenador de pesquisa e de projetos de pós-graduação. Mais voltado para a pesquisa e com pouca relação política, é um médico-veterinário que tornou-se mais conhecido na gestão de Arimatéia. A partir daí, sentiu que poderia ocupar a sua vaga e apresenta-se como dissidente da gestão atual, por ter sido preterido para compor a chapa da situação. A sua vice é a professora Subênia, da Física.

São três caminhos que podem levar para o mesmo lugar, pois tiveram a mesma origem e cujas rupturas teriam ocorrido quase que simultaneamente. Sendo asim, ao tempo em que buscam-se perpetuar a lógica da atual administração da universidade, estes tendem a oferecer um leque para todos os gostos na polarização política a qual o Brasil e Mossoró estão inseridos.

O cardápio oferecido aos eleitores ufersianos preparado sob esta lógica com os mesmo ingredientes atende e confunde todos o espectro político, o que pode ser estrategicamente eficiente quando busca-se descolar a relação antiga da atual gestão com o Partido dos Trabalhadores, um empecilho real para os interesses de quem vai nomear no Palácio do Planalto.

Por sua vez, os demais candidatos, a professora Ludimilla Oliveira e o ex-reitor Josivan Barbosa sáo opções que se colocam no campo independente que correm por fora desta lógica.