O que está por trás da estreia desastrosa de Marrom
Na Câmara Municipal e nas redes sociais, o vereador tem uma preocupação
Por William Robson
Na Câmara Municipal e nas redes sociais, o vereador Marrom Lanches tem uma preocupação. Em meio à polêmica e declarações machistas de que “vestiria saia, passaria batonzinho” se preciso fosse, o novo parlamentar mossoroense forçou a barra para firmar-se como integrante legítimo da Casa e se desvencilhar das críticas pelas quais se diz vítima.
“Fui agredido por dois vereadores que perderam o mandato, dizendo que a culpa é minha. Não. Eu entrei pela lei”, disse o vereador em suas redes sociais. Marrom até aí tem razão. Está na Câmara motivado por decisão judicial sobre fraudes nas cotas de gênero, as chamadas candidaturas fakes, que o colocou no lugar de Larissa Rosado , destituída. O seu cargo, de fato, é legítimo. Porém, ele não tem se sentido à vontade diante das circunstâncias ao confrontar-se com colegas e expor palavras chulas.
Isso porque, assim como Larissa, há outros vereadores (no caso de Naldo Feitosa e Lamarque Oliveira) com o pescoço na guilhotina. Serão os próximos. Naldo, inclusive, fez referência à investidura de Marrom, dizendo que, pela lógica, a lei deveria contemplar uma mulher como substituta de Larissa. Daí, a maior preocupação de Marrom agora é mostrar a sua legitimidade na função.
“Eu entrei pela lei. Tive o direito de entrar. Sou vereador de Mossoró até 2024”, reforça. “Tenho vários projetos e não sou nenhum analfabeto”.
Na Câmara também reforçou seu lugar. “O partido que caísse, eu entrava. O que está acontecendo é consequência de vocês que trabalharam errado”, comentou em discurso que chamou a atenção não pelo direito que defendeu, mas pelo preconceito que expôs em seguida, gerando reações dos seus colegas.
Precisou apelar a um argumento machista a fim de delimitar seu território. “Se vocês quiserem, porque é mulher, venho de saia, botar um batozinho, peruca e venho trabalhar”. Foi longe demais e perdeu a razão.