Sucessão

O dilema de Fátima diante de Jean em 2026

A notícia é de que seus compromissos em Natal, Fernando Pedroza e Santa Maria têm significado a médio prazo

Por William Robson

Sim, está bem distante. Falar nas eleições de 2026 parece exercício de futurologia (e, em muitos casos, é). No entanto, já se observa entre analistas políticos que o assunto parece estar logo aí quando envolve o presidente da Petrobras e ex-senador Jean-Paul Prates.

A notícia é de que seus recentes compromissos em Natal, Fernando Pedroza e Santa Maria têm significado a médio prazo. De que pretende aproveitar a onda de visibilidade que  o cargo lhe oferece para se viabilizar às próximas eleições, gabaritando-se a suceder a governadora Fátima Bezerra.

A preço de hoje, tudo parece fazer sentido. A quebra da paridade do preços dos combustíveis em relação ao mercado internacional, o custo mais barato nos postos, há uma onda que agora surge favorável. Nem parece a avalanche de fogo-amigo da qual se desvencilhava como Neo, em “Matrix”.

A discussão é que Jean, com o nome na crista da onda, dá um nó no PT e gera um dilema para a governadora, já em seu segundo mandato. Qual será o seu papel neste projeto? O seu vice é o Walter Alves, que esquenta a cadeira de governador enquanto Fátima decide o seu futuro. Ela vai buscar o Senado em 2026 e deixar o Governo nas mãos de Walter? Ou terminará o mandato aliada às intenções de Jean deixando incertas as suas pretensões?

O nome de Jean aparece precocemente neste debate e deixa algo para a governadora pensar. Entregar o Governo para Walter não se traduz, necessariamente, em apoio condicionado deste a Jean. Ela sabe bem disso.