"Gabinete do ódio"

O bolsonarismo pós-bolsonarista de Styvenson

Envolvido em polêmicas das mais diversas, íntimas e políticas, Styvenson jamais se destacou por seu desempenho no Senado

Por William Robson

Styvenson Valentim (Podemos) conseguiu chegar ao Senado na esteira daqueles que defendiam o justiçamento fardado da onda bolsonarista. Eleito senador, tentou evitar qualquer pecha de ligação com o líder da extrema-direita terrorista, embora mantivesse nas entrelinhas o discurso conservador, antipetista e, por vezes, radical.

Envolvido em polêmicas das mais diversas, íntimas e políticas, Styvenson jamais se destacou por seu desempenho no Senado. Fala de minúcias irrelevantes para hordas bolsonaristas/conservadoras que se jactam dos políticos que economizam no rolo de papel higiênico.

Até aqui, o senador vinha se colocando como “isentão”, daqueles que não pegam em seu braço. Mas, o discurso bolsonarista sempre esteve ao seu lado, patente. Agora, parece que decidiu se bolsonarizar no período em que se posicionar como tal é associar-se, mais do que nunca, ao extremismo, à mentira e à barbárie.

Nesta terça-feira (18), acompanhou o deputado General Girão, bolsonarista-mor,  na difusão de mentiras. Postou no Instagram a notícia de um casal que foi preso em Natal após tentar furtar duas peças de picanha, chocolates e biscoito em um supermercado. Assim,  aproveitou para disseminar a notícia falsa sobre o auxílio-reclusão. “Agora vão receber mais que um salário mínimo pra ficar presos”, escreveu.

O auxílio é pago desde 1960, passou pela gestão bolsonarista, mas Styvenson e os mais radicais decidiram desenterrar o tema, 17 dias depois que um governo progressista assumiu o poder. Styvenson, um leniente apoiador de Bolsonaro, esbraveja para o Governo Lula que começa, recorrendo a estratégias obscenas de “gabinete do ódio”.