Ninguém quer subir no ringue?

Por William Robson

Maio chegou e a oposição ao prefeito Allyson Bezerra (UB) comporta-se como se as eleições municipais fossem ocorrer daqui a dez anos. Porém, não está despreocupada. Está preocupadíssima, porque não consegue encontrar um nome capaz de subir no ringue. Há uma razão para isso. As pesquisas mostram que, a preço de hoje, a situação do prefeito é muito confortável.

Favorito, Allyson tem quase 70% das intenções de voto, segundo a última sondagem do Instituto AgoraSei, publicada no final do mês passado. Por outro lado, o melhor cotado da oposição é o nome da ex-prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas), com 10%. A deputada estadual Isolda Dantas (PT) mal chega aos 4% e só lidera a pesquisa quando considerados os índices de rejeição (24,8%). Rosalba, por sua vez, repete o seu mesmo desempenho neste quesito.

O quadro gera tumulto na oposição. Ciente da performance negativa, ninguém quer entrar na disputa. Isolda chegou a dar as boas-vindas ao professor Josivan Barbosa, na intenção de que ele fosse o boi-de-piranha (ele até está animadíssimo pela escolha), algo improvável caso o cenário fosse favorável a ela. Rosalba, na dúvida entre continuar com sua boa relação com a governadora Fátima Bezerra ou apoiar o nome do bolsonarismo, o empresário Genivan Vale (PL), efetivamente ainda não se decidiu. Há probabilidade do segundo, em condições ainda não claramente apresentadas, além do cálculo de provável rompimento com a gestão estadual.

O jornalista Saulo Vale afirmou em texto no seu blog que a oposição “bate cabeça” sobre candidatura. E com a estratégia que tão somente retroalimenta suas bolhas, as principais lideranças da oposição não sabem como sair deste oito. Sem discussões no âmbito comunitário, que debatam a cidade, fecham-se em um microcosmo fundamentalista, no qual a sociedade mossoroense demonstra não participar.