Natália tem pouco tempo para reagir
O problema é que esta semana apresentou-se com uma série de outras pesquisas com estimativas que colocam Carlos Eduardo e Paulinho em confronto bem mais acirrado. Algumas, em empate técnico
Imagem: Natália Bonavides durante evento / Foto: José Aldenir – Agora RN
Por William Robson – Agora RN
A pouco mais de dez dias das eleições, o quadro se descortina em Natal. Ao que parece, a preço de hoje, a disputa deve seguir para um segundo turno entre Carlos Eduardo (PSD) e Paulinho Freire (UB). Nada de martelo batido. Porém, percebe-se um distanciamento dos dois em relação à candidata Natália Bonavides (PT), segundo o levantamento do Instituto Exatus, divulgado nesta terça-feira, 23, por este jornal.
Os levantamentos anteriores do mesmo instituto mostram um crescimento vertiginoso de Paulinho. Em julho, aparecia na segunda colocação com 19%, depois alcançou 21,13% em agosto e agora está com 29,9%. Por sua vez, a situação aponta que Carlos Eduardo continua em céu de brigadeiro, confortável, mas Paulinho aparece e cresce no retrovisor. A questão é: haverá tempo suficiente para que o candidato consiga se aproximar mais?
No entanto, a sondagem demonstras as poucas chances de Carlos Eduardo vencer no primeiro turno. E quanto à Natália, o momento é mais complicado, mesmo avançando nas pesquisas. Lentamente, é verdade. Em julho, ela estava com 12,38%. Passou para 14,75 em agosto. E teve pequeno crescimento nesta mais recente pesquisa: 14,9%. Todos estes números correspondem ao levantamento estimulado.
Estes novos números da Exatus colocam Carlos Eduardo a 8,33 pontos percentuais a frente do segundo colocado, o deputado federal Paulinho Freire (União Brasil). Considerando apenas os votos válidos nesta pesquisa, atinge 44,99%, configurando segundo turno.
O problema é que esta semana apresentou-se com uma série de outras pesquisas com estimativas que colocam Carlos Eduardo e Paulinho em confronto bem mais acirrado. Algumas, em empate técnico. É verdade que Paulinho vem crescendo nas sondagens e na campanha, mas a ponto de ameaçar até aqui a hegemonia de Carlos Eduardo? Por sua vez, Natália vê a poeira deixada pelos seus oponentes mais a frente, sem qualquer chance de entrar no segundo turno?
A candidata petista não acredita no que está vendo. “Na verdade, isso vem de um aperreio de ver que a nossa candidatura está tendo um crescimento substancial e de forma rápida. Isso é verdade, isso está acontecendo mesmo. E eu não sei com qual dos dois eu vou estar [no segundo turno], mas eu vou estar”, demonstra seu otimismo, em entrevista ao AGORA RN.
Natália tem dois desafios a enfrentar no curto espaço de tempo que lhe resta. Um pode depender dela. O outro, nem tanto. O primeiro é reduzir seu alto índice de rejeição em Natal. Pela pesquisa Exatus, Natália lidera no quesito rejeição, com 20,3% das citações, seguida por Paulinho Freire, com 15,7%. Isso implica no desempenho que vem se apresentando até aqui.
O outro ponto tem a ver com seus padrinhos. A governadora Fátima Bezerra é desaprovada por 67,3% e aprovada por 30% dos natalenses. Por sua vez, o governo do presidente Lula (PT) é aprovado por 47,9% e desaprovado por 48,6%. Embora Natália consiga agregar fortemente os votos do campo progressista, tem pela frente a tarefa árdua de conquistar votos fora deste campo. E tem sido difícil, visto que é candidata que menos cresceu entre os três considerando as três últimas pesquisas.
Paulinho encontrou um trunfo e conseguiu tirar proveito. Adotou postura bolsonarista que convenceu os eleitores mais extremistas. E, de forma impressionante, avançou nas sondagens. Carlos Eduardo, por sua vez, mantém massa eleitoral cristalizada, que ele atribui ao legado de gestão anterior. “Os natalenses lembram do que fizemos por Natal”, afirmou. Enquanto Rafael Mota (Avante) se desintegra (com 1,6%), Natália tem pouco tempo para reagir.