Mossoró: qual o legado do petróleo?
Mossoró se coloca entre estas cidades que viveram o apogeu dos royalties, mas que por culpa de uma coleção de administradores incompetentes e sem a capacidade de enxergar um palmo a frente do nariz, não imaginavam que este dia chegaria
Gabeira fez um documentário, que será exibido no domingo, sobre as cidades que enriqueceram à base da exploração de petróleo e que hoje vivem cenários aterradores, quase um aspecto de pós-guerra.
Mossoró se coloca entre estas cidades que viveram o apogeu dos royalties, mas que por culpa de uma coleção de administradores incompetentes e sem a capacidade de enxergar um palmo a frente do nariz, não imaginavam que este dia chegaria.
Trataram o petróleo como algo interminável, com petrodólares que abarrotavam os cofres da prefeitura, mas que não há sequer um único legado que pudesse garantir a sobrevivência digna dos mossoroenses após o fim deste ciclo.
Hoje sentimos uma queda brusca da arrecadação que atinge todas as cidades brasileiras, porém Mossoró tem um prejuízo a mais. Não tem mais royalties, nem petróleo, e substituiu seus empregos de alto nível e economia forte, por subempregos, de baixos salários como vemos nestas empresas de telemarketing.
Muitos mossoroenses esperam de Mossoró a mesma condição do passado, em que governantes rasgavam dinheiro, mas que nenhum centavo tenha servido para preparar a cidade para este momento aterrador. Uma cidade tomada pela violência e sem condições de se manter com os recursos que tem.
Não estamos falando de governante A ou B, mas naqueles que tiveram a oportunidade de perceber isso e, por alguma razão, acharam que o dinheiro que vinha do petróleo dava em árvore e que jamais acabaria.
Mossoró paga o preço e muito dificilmente terá este potencial de riqueza novamente. Se estavam preparando um futuro para Mossoró, não é difícil imaginar que estamos mais para Tegucigalpa do que para Genebra.