Jornalismo, é preciso vestir-se dele

“Não, jornalismo não tem futuro…” Ah, nas seus poucos caraminguás ainda vêm do jornalismo hoje em dia.

Não me faz bem ver colegas e/ou amigos jornalistas desejando que seus filhos não sigam seus caminho na profissão.

Ou seja, desejam uma profissão que garantam fortuna. Qual? Medicina, com a mercantilização da saúde? Ou os médicos humanos que não fazem uso de dedos de silicone?

Advogados? Esperando que sejam juízes? E até lá, escorem na porta das delegacias? Ou o façam dignamente, como tantos amigos advogados na corrida pela arte nesta profissão em busca da justiça?

“Não, jornalismo não tem futuro…”

Permita-me que você refaça a pergunta: você tem futuro para o jornalismo?

Não sou exemplo nem para os meus filhos, porém, em nada posso negar o que o jornalismo me proporcionou em minha vida de repórter, editor, pesquisador. Talvez, algo que nenhuma outra profissão me proporcionaria. Não estou falando de grana (se é este o seu parâmetro).

Todas os meus caminhos, de repórter a pesquisador, de Mossoró a Floripa, de Floripa a Barcelona, de Barcelona a Mossoró, foram proporcionados pelo jornalismo. Sou grato.

O jornalismo me colocou em lugares que nunca imaginei, em altares que meu filho jamais teria acesso (que meu pai, como metalúrgico, sonhasse, talvez) e toda a minha vida tem um sentido com o jornalismo fortemente atrelado.

Vi outros dizendo que não queriam que seus filhos seguissem seus caminhos de professor, bancário, comerciante…

Cara, acho que a parada não é essa. É no que te satisfaz. Tenho amigos músicos, caminho que estes Indiana Jones da riqueza jamais queriam que seus filhos desbravassem, vivendo dignamente tocando, fazendo a festa e alegria dos noiados… Oferecendo um sentido para esta sociedade doente.

O jornalismo oferece também este sentido.

Se você consegue ter uma informação, além do seu vizinho, dê graças ao jornalismo.

E que se Andreas ou Alice quiserem seguir, é uma profissão digna. Mas, é preciso vestir-se dela.