Jornalismo é atitude
Jornalismo não é empresa. Empresa não é jornalismo. Nem o papel da universidade é formar tão somente enchedores de linguiça para estas empresas
Quando alguém afirmar ou sugerir que os cursos de Jornalismo têm a única finalidade de formar mão-de-obra para empresas, fazendo girar a roda do capitalismo elitista, como um curso tecnicista ao que chamam de “mercado”, não dê ouvidos às frustrações.
Jornalismo não é empresa. Empresa não é jornalismo. Nem o papel da universidade é formar tão somente enchedores de linguiça para estas empresas.
E não confunda o que você anda lendo com jornalismo. Faça uma filtragem, pois há muito nisso tudo que está aumentando as frustrações deles.
Jornalismo, como forma de conhecimento, é atitude para mudança. E, por isso, se faz necessário. A sociedade sempre vai precisar de jornalismo (praticado por pessoas engajadas nesta transformação da sociedade). Ontem, “quando um bando de macacos perseguia Lampião”, e hoje também.
É piegas para você? Faça algo valer a pena na sua vida, e não sirva apenas como engrenagem do “mercado”.
Olha como a mídia hegemônica se apropria do que jornalismo é capaz com sua indústria que faz zumbis lotarem a Paulista e, por outro lado, profissionais imaginarem que o jornalismo “morreu”.
Se Tobias Peucer já testemunhava o jornalismo forte em 1690, Pulitzer defendia sua importância no início do século passado, Adelmo Genro mostrava o potencial transformador nos anos 80, todos vivendo situações bem distintas, precisamos de mais jornalistas engajados com o jornalismo e não com o “mercado”.
Às vezes, vejo jornalistas mostrando frustração e arrependimento, mas não sei se é com o jornalismo ou com as lógicas deste mercado.
Se tem quem acredite que o jornalismo é coisa do passado, já deu o que tinha que dar, isso me fez lembrar Chico Science: “Modernizar o passado é uma evolução”.