Jean Berg descarta nomeação. Como o Consuni deve formatar a lista para o crivo presidencial?

A comunidade acadêmica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) foi consultada na última segunda-feira (15) e escolheu os três nomes que devem ser encaminhados para que o presidente Jair Bolsonaro decida quem será o próximo reitor da instituição. Técnicos, professores e alunos montaram, assim, a chamada lista tríplice. Esta lista foi montada entre os cinco candidatos mais votados.

Após a escolha, os mais votados foram, pela ordem, os professores Rodrigo Codes, Jean Berg e Ludimilla Oliveira. Pelo protocolo, qualquer um dos três pode ser o escolhido pelo Planalto e como informou o jornalista Bruno Barreto, não significa que o primeiro será o homologado. Todos os candidatos conhecem o trâmite e se submeteram a esta condição. Porém, surge agora um tema curioso após o resultado que definiu os três nomes.

Integrante na lista por obter a segunda colocação, o professor Jean Berg Alves concedeu entrevista ao blog do Saulo Vale dizendo que “não aceitará de jeito nenhum” a indicação do presidente caso seja escolhido reitor. “Eu já me comprometi na campanha e fiz um vídeo falando sobre isso. O resultado da maioria deve ser respeitado. É a democracia. Se eu for, não aceito de jeito nenhum”, afirmou ao jornalista.

O Conselho Universitário (CONSUNI), colegiado máximo da instituição, ainda não homologou a lista a  ser encaminhada ao Ministério da Educação. Deve fazê-la até o final de semana ou início da semana que vem. No entanto, diante da posição de Jean Berg de se colocar como carta fora do baralho na lista, como será a composição a ser apresentada ao presidente, já que o segundo colocado não aceita “de jeito nenhum”?  Qual o comportamento do conselho em situações como essa, em que um dos integrantes não quer se submeter à próxima etapa?

Há algumas reflexões que merecem ser levantadas. A primeira é que o Consuni pode optar não mais enviar uma lista com os três nomes, mas somente com os demais, ou seja uma lista “dupla”. A segunda é que se poderia enviar a lista tríplice escolhida, ciente que, na prática, o presidente já teria um nome a descartar. A terceira opção seria homologar a lista, retirando o Jean Berg, que não quer ser nomeado e incluir o do professor Josivan Barbosa, que ficou na quarta colocação. E assim sucessivamente se este se associar ao Jean em decisão semelhante.

A situação aponta para uma decisão que o Consuni deve levar em conta diante da declaração do próprio candidato ao recusar qualquer  nomeação. O conselho buscará uma formalização do candidato neste sentido?  Como será a formatação da lista decidida democraticamente pela comunidade ufersiana, quando um dos nomes refuga? São muitas dúvidas que precisam ser respondidas. Mesmo assim, somente a composição real da lista revelará os nomes de quem, verdadeiramente, querem seguir para a etapa do crivo presidencial.