Haverá surpresa nas eleições em Mossoró?
Até aqui, nenhuma grande novidade sobre as eleições em Mossoró. O prefeito Allyson Bezerra (UB) logra enorme vantagem sobre os seus oponentes. Praticamente a oposição não conseguiu superar os dois dígitos
Foto: José Aldenir – Agora RN
Por William Robson – Agora RN
Já estamos na reta final das eleições. O que mais podemos perceber ao longo deste processo até aqui, sobretudo em Mossoró, é a quantidade de pesquisas divulgadas. Foram, pelo menos, 15. Esta semana foi aberta com a divulgação de nova sondagem e até sábado, véspera das eleições, outras quatro apresentarão seus números. Isso inclui levantamento do Instituto Exatus na quinta-feira, 3.
Até aqui, nenhuma grande novidade sobre as eleições em Mossoró. O prefeito Allyson Bezerra (UB) logra enorme vantagem sobre os seus oponentes. Praticamente a oposição não conseguiu superar os dois dígitos e a segunda colocação é alternada entre o presidente da Câmara, Lawrence Amorim (PSDB) e o empresário Genivan Vale (PL). Há uma disputa ferrenha neste pelotão, embora a taxa alcançada por ambos, vez por outra, encosta no empate técnico com candidatos como a Irmã Ceição (PRTB) e o estudante Victor Hugo (UP).
As pesquisas se amontoam em meio às outras ações dos candidatos. A InterTV realizou um debate no sábado, 28, mas o prefeito Allyson Bezerra não participou. Decidiu organizar uma passeata na avenida Presidente Dutra, que ficou tomada por admiradores e eleitores. Sua ausência foi sentida pelos adversários na TV, enquanto outros se apresentavam como “somellier de passeata” na intenção de avaliar se a manifestação foi exitosa ou não.
O certo é que as avaliações neste sentido são minúcias quando observada toda a campanha. Lawrence recebeu o apoio da governadora Fátima Bezerra e da deputada estadual Isolda Dantas (PT) e seu desempenho nas urnas terá este aspecto simbólico. O presidente da Câmara precisou passar boa parte do tempo acenando para a esquerda, esquecendo seu eleitorado mais conservador. Uma tarefa árdua, visto que foi um dos apoiadores da linha de frente na campanha de Bolsonaro. Lawrence nunca demonstrou qualquer arrependimento no apoio, embora recentemente estivesse adotando a alcunha do “candidato do time do Lula”.
Afora isso, as pesquisas ainda trazem o alto índice de rejeição da governadora em Mossoró, que pode implicar na performance do seu apadrinhado. Este cálculo precisa ser feito e considerado.
Por outro lado, Genivan tentou emplacar uma campanha que demarcasse o espaço do seu padrinho, o senador Rogério Marinho (PL). Marinho tem pretensões futuras no Governo do Estado, bate de frente com os interesses de Fátima (e do “time do Lula”, por consequência), e, por isso, quer deixar uma impressão melhor que o adversário. A pesquisa mais recente divulgada na cidade coloca Lawrence com o dobro dos votos de Genivan, o que não é um bom sinal para o empresário bolsonarista. No entanto, outras quatro sondagens podem trazer números mais “animadores”.
Victor Hugo surge como a surpresa entre os candidatos da oposição. Seu desempenho no debate da TCM revelou as alianças (antes improváveis) realizadas por Lawrence e Genivan. O primeiro, aliando-se ao PT. O segundo, unindo-se ao rosalbismo. Victor bateu neste ambiente de contradições e afirmou que todos “são farinha do mesmo saco”.
Enfim, a campanha se aproxima do seu final com números muito favoráveis para o atual prefeito e uma indefinição sobre quem deverá ocupar a segunda colocação. Este é o retrato apresentado pelas 15 pesquisas até agora, cada uma com suas nuances. A confirmação mesmo será no domingo, 3.