Bancos públicos

Como ficará o Banco do Brasil em Mossoró com o fechamento das agências?

A preocupação é real. Representantes locais do Sindicato dos Bancários estão atento às medidas que terão forte influência também em Mossoró, com uma agência já definida para ser desativada

Por William Robson

A semana começou com o anúncio do Banco do Brasil em fechar 361 unidades em todo o país. A situação é compreendida como o processo de desmonte da instituição, acarretando em possível desvalorização para em seguida repassá-la para a iniciativa privada. A preocupação é real. Representantes locais do Sindicato dos Bancários estão atento às medidas que terão forte influência também em Mossoró.

A agência Centro do BB, que será preservada na reestruturação do banco

Com o fechamento destas agências, ao menos cinco mil funcionários serão desligados via Programa de Demissão Voluntária (PDV). Neste caso, o Banco do Brasil vai estimular aquele que deseja sair do banco, ou seja, pagar para que se peça demissão. Como instituição pública, o banco não pode simplesmente demitir seus funcionários, o que ocorreria facilmente em outras denominação bancárias do setor privado.

Assis Neto, coordenador do Sindicato dos Bancários, participou do programa Foro de Moscow desta quarta-feira (13) para explicar a situação. Não se sabe ao certo o número de funcionários que o Banco do Brasil perderá em Mossoró, porém, já espera as consequências da medida. “O atendimento vai ficar ainda mais difícil, prejudicando o cliente. Mesmo com a digitalização de muitos serviços bancários, os bancos públicos recebem diversas demandas presenciais”, comentou.

A governadora Fátima Bezerra ao lado da superintendente do Banco do Brasil no Estado, Priscila Requejo Simões

A governadora Fátima Bezerra entrou em campo para tentar impedir tragédia maior no Estado. Recebeu a visita da nova superintendente da instituição no Estado, Priscila Requejo Simões de Araújo, na  terça-feira (12). O recado da superintendente é de que faltamente, ao menos três agências serão fechadas , sendo elas em Natal, Parnamirim e Mossoró, além de um posto de serviço em Tangará. “No caso de Mossoró, os serviços serão absorvidos pelas demais agências do banco”, explicou Assis.

O representante do Sindbancários afirmou que a agência que será fechada na cidade será a Santa Luzia, ao lado do Hotel Villa Oeste, no Alto de São Manoel. A região praticamente não será mais atendida pelo banco, apenas com posto na Justiça do Trabalho e a agência Estilo, destinada a clientes de alto poder aquisitivo. Para os mais pobres e os mossoroenses em geral, restará o aumento das filas, da espera, e da paciência para perder o dia

A maior preocupação da governadora Fátima é que os serviços se tornem precários, sobretudo, para os servidores do Estado. É através do Banco do Brasil que todos eles recebem os seus salários. A folha de pagamento compreende os 167 municípios e o banco não mostra-se disposto a ampliar os investimentos que garantam atendimentos sem percalços. Pelo contrário, o sindicato teme pela queda da qualidade. “É uma política de sucateamento, claro”, disse Assis.

Naturalmente, as demissões serão aquelas motivadas pelo PDV. O Governo do Estado chegou a comemorar o fato de que não haverá demissões neste processo, depois do baque pesado da saída da Petrobras do Estado. No entanto, sem as demissões compulsórias, as estimuladas não serão repostas, o que sobrecarregará as atividades dos remanescentes.