Como a Globo driblou a estratégia de Bolsonaro em divulgar os boletins da Covid?

A musiquinha do Plantão da Globo sempre causa apreensão na audiência. Ontem, mais ume vez ela foi tocada. Desta vez, para garantir o direito das pessoas em ter acesso aos números oficiais da Covid-19, já que o presidente Jair Bolsonaro tenta esconder ou dificultar, mesmo sabendo que o Brasil já ultrapassou a Itália e a China em número de mortos. A tragédia brasileira supreende até o presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, para quem o país não é exemplo a ser seguido.

Nesta sexta-feira (5), os veículos noticiaram que o presidente defendeu o atraso da divulgação dos boletins do Ministério da Saúde sobre o avanço do coronavírus no Brasil para atingir o Jornal Nacional, da TV Globo. A mudança de horário deixaria de ser às 19h para as ser às 22h. “Acabou matéria no Jornal Nacional”, afirmou.

Bolsonaro brinca, enquanto seu maior ídolo gringo se envergonha do que tem feito com a nação. Mais de 35 mil mortos, número impressionante em tão pouco tempo. E a cada minuto, a vida de um brasileiro é cobrada pelo coronavírus.  Além de amontoar mortos, o presidente tenta privar a sociedade da informação.

Segundo a própria Globo, o  Jornal Nacional informou que passaria, então, a usar o balanço das secretarias estaduais de Saúde. Mas, o drible da vaca não seria exatamente este.

Diante da tentativa de esconder as informações, a Globo recorreu ao seu Plantão, com sua música assustadora, às 21h, no meio da novela. Segundo reportagem da Folha, “Plantão Globo” se tornou o assunto mais comentado no Twitter logo após a transmissão das informações. O nome de Bonner também era um dos termos mais compartilhados na rede. Evidentemente, sabemos que em meio à guerra pelo direito à informação, a briga é política.

O que poderia estar diluido no noticiário do Jornal Nacional, ganhou ainda mais protagonismo tanto no Plantão, quanto na repercussão das redes sociais. Bolsonaro tenta jogar ainda mais o Brasil nas sombras com suas evidentes práticas autoritárias. O que estamos esperando para reagir? Um documento assinado por ele dizendo: “Agora eu sou o ditador”?