Com suspeitas de Covid, veja como Bolsonaro reagiu à “gripezinha”
Logo que a suspeita se deu, o presidente que vem banalizando as mortes e os casos, não hesitou em tomar todos os cuidados. Percebeu que não se tratava de uma gripezinha
No final da tarde desta segunda-feira (6), os sites anunciam que Bolsonaro estaria com sintomas de Covid-19 e que passou por exames. Logo que a suspeita se deu, não hesitou em tomar todos os cuidados. Percebeu que não se tratava de uma gripezinha. Antes mesmo de qualquer resultado, se encarregou de evitar aglormerações e toda a sua agenda foi cancelada. Uma gripe não provocaria tanto estardalhaço.
Ao tempo em que emitiu decretos para determinados locais para que o uso de máscara não fosse obrigatório, ele mesmo fez da máscara seu objeto inseparável. Até onde se tem notícia, Bolsonaro está com 38 graus de febre e 38% de oxigenação e, segundo ele, seu pulmão “tá limpo”. Mas, as atitudes demonstram mais os perigos do vírus do que as declarações sempre mitômanas.
O presidente usava máscara e avisou aos simpatizantes que não poderia se aproximar deles por “recomendação de todo mundo”. A coincidência é que ele havia ampliado o veto de uso do equipamento em presídios e desobrigava estabelecimentos comerciais de fixar cartazes de orientação. Como se sabe, Bolsonaro só começou a se preocupar com o vírus quando sentiu na própria pele. E olhe que ainda nada está confirmado (até o fechamento deste texto).
Mesmo assim, mesmo integrando grupo de risco, iniciou is protocolos que grande parte da sociedade vem fazendo, mesmo com a sua campanha em prol da pandemia. Bolsonaro cancelou pelo menos três agendas oficiais que teria ao longo desta semana.
A primeira, que seria a reunião do conselho ministerial, prevista para terça-feira, está suspensa. Segundo o jornal O Globo, o presidente também cancelou um café da manhã com a bancada de parlamentares de Goiás que estava agendado para quarta-feira e também uma viagem à Bahia, programada anteriormente para sexta-feira.
E mesmo com sintomas de uma “gripezinha”, no fim da tarde, evitou participar de cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto, que contou com a presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro e de vários ministros. Pois é, talvez com o susto da suspeita, possa surgir algum sinal de empatia e respeito às famílias de mais de 65 mil pessoas que morreram vítimas do coronavírus no país.