Sociedade
Ciclo de avanços populares ocorre a cada 40 ou 60 anos
Se caracterizam por uma dramática luta de classes. Ao ponto que avançam, as elites se encarregam de interromper
Segundo um pesquisador americano que estuda temáticas que envolvem o Brasil (infelizmente, perdi o link, mas vou procurar e posto aqui depois), os avanços progressistas e pro-povo são cíclicos. E que estes ciclos têm intervalos de 40 ou 60 anos.
Se caracterizam por uma dramática luta de classes. Ao ponto que avançam, as elites se encarregam de interromper.
E para isso, este pesquisador constroi um itinerário histórico que apontam estes momentos.
A começar, a abolição da escravatura no país (como sabemos, não foi um ato de benevolência da Princesa Isabel). Para que os escravos, propriedades dos integrantes da Casa Grande, alcançassem a liberdade, foi necessária muita luta. Não foi um ato de bondade dos ricos.
Por isso, após esta importante conquista do povo, as elites retomam o controle da situação e se encarregam de colocar os pobres em seus devidos lugares de subserviência e sem maiores privilégios.
O povo conquistou a sua liberdade até certo ponto, visto que o trabalho continuaria com situações análogas à escravidão, sem as garantias legais às quais estamos acostumados a ver e que parecem algo dado.
O interstício para uma nova retomada viria em meados do século 20 com as leis que garantem os direitos do trabalhador.
A elite não tolera isso. Dar ao trabalhador mais do que um salário minguado. Direitos, jamais. Justiça trabalhista, jamais. Décimo-terceiro, “algo desastroso para o país”, como bem enfatizou O Globo, porta-voz da aristocracia.
E a pressão em cima do presidente Getúlio Vargas o leva a um suicídio, quee adiou o golpe por dez anos.
João Goulart também não durou muito diante da pressão elitista. E foi derrubado. Novos avanços populares foram neutralizados rapidamente.
Somente 40 anos depois, um novo levante de governos populares puderam implementar políticas importantes, em construção, mas agora novamente interrompida por um golpe que tem toda a estrutura forte da elite por trás (econômica-jurídica-midiática).
Como os governos progressistas só contam com o voto do povo, algo muito importante numa Democracia, em golpes, voto não importa, é só um detalhe.
O mesmo pesquisador que apontou os momentos de ciclos de avanços populares, estima que os levantes ocorrem entre 40 e 60 anos.
E se o golpe antipovo se consolidar, e caminha para isso, a estrutura golpista edificará estruturas que impedirão a volta de governos progressistas por um bom tempo. Nem que para isso, tenham de prender o Lula, ou impedir que seja candidato.
E, assim talvez possamos voltar a ter governos populares em 2056 ou 2076 depois que todas as conquistas até aqui estiverem aniquiladas e que o trabalhador perca seus direitos e voltem a ser meros e sofridos serviçais da Casa Grande.
Afinal, é para isso que a elite luta incansavelmente todo os dias, com discurso dissimulado na TV e diante de todos nós.