Carlos Eduardo e Rogério Marinho: começou o “fight”
O ringue está definitivamente ocupado pelos pré-candidatos governista e bolsonarista que deixaram claro como será o tom da campanha
Por William Robson
Ao que tudo indica, o pré-candidato da governadora Fátima Bezerra será mesmo o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo. A ameaça do deputado Rafael Motta e a exigência do PSB para que seu nome seja avaliado nas pesquisas tendem a não prosperar. Nesta briga, que poderia beneficiar Rogério Marinho, resta a situação resolvida e agora o ringue está definitivamente ocupado pelos pré-candidatos governista e bolsonarista.
Começa o fight. Quer dizer, a troca de farpas iniciou há certo tempo, porém, agora ganha contornos bem mais claros. O início do confronto foi dado por Carlos Eduardo. Quem lembrar da entrevista que o ex-prefeito concedeu ao Foro de Moscow em 16 de março, já percebeu ali que os rumos de como será a lógica de seus ataques. “As minhas divergências com Fátima não fizeram mal a nenhum norte-rio-grandense, mas a reforma trabalhista de Rogério Marinho fez muito mal ao povo do RN e ao povo brasileiro”, alfinetou Carlos, respondendo as declarações do ministro sobre suposta contradição pelo fato de Carlos e Fátima estarem se aliando.
Reforma trabalhista e a Reforma da Previdência serão os quesitos mais reforçados por Carlos Eduardo contra Rogério Marinho. Sabemos da tragédia provocada pela reforma trabalhista (desemprego, precarização e redução de trabalhadores com carteira assinada…) e este argumento deve ganhar a simpatia dos eleitores potiguares já avessos a Marinho.
Por outro lado, o bolsonarista não se rende às cordas. Parte para cima e ataca Carlos Eduardo, chamando-o de oportunista. Marinho vai buscar taxar seu opositor de incoerente diante da aliança com a governadora Fátima Bezerra e as declarações simpáticas ao ex-presidente Lula.
“Carlos Eduardo tem os genes da conveniência, o que é melhor e mais confortável naquele momento. Há três anos, ele estava em um palanque que defendia Bolsonaro e criticava Lula. Agora, ele está em um palanque que defende Lula e critica Bolsonaro. Mas, o mais grave e que quero que as pessoas reflitam é que ele faz parte de um partido que tem pré-candidato próprio à Presidência da República (Ciro Gomes). E é absolutamente incoerente a defesa que ele faz de Lula e não de Ciro Gomes. Não sei qual a credibilidade que esse cidadão passa, ele é capaz de fazer qualquer coisa”, afirmou, em entrevista à TV Ponta Negra nesta quarta-feira (5).
Marinho busca trazer Carlos Eduardo para a briga. Tem ciência que seu adversário se destaca nas pesquisas e que Bolsonaro é um peso para si no RN. Mesmo assim, não se sente ameaçado. “Quem conhece Carlos Eduardo, não fica ao lado dele, fica do outro lado. Basta ver como ele se relaciona com a classe política ao seu redor. Do grupo político dele, dos cinco vereadores que tinha no PDT, quatro saíram e quem ficou, não sei se vota nele. À medida que conhecem Carlos Eduardo, as pessoas se afastam”, disse.
Carlos Eduardo, por sua vez, vai martelar o mal que Marinho fez ao trabalhador brasileiro, sobretudo, o potiguar. E os prejuízos às trabalhadoras também. “O relator Rogério Marinho também fez com que as mulheres em período de lactação fossem submetidas a trabalhar em ambientes insalubres. Isso é uma perversidade. Se o trabalhador perder a causa é obrigado a pagar as custas do advogado do patrão se perder”, afirmou.
Ambos deixam claro qual será o tom da campanha que, a rigor, já começou.