As providências para tirar Mossoró do colapso de UTIs Covid
Índices fornecidos pelo Regula RN apresentam melhoras, com 97% de ocupação dos leitos na região, situação de pré-colapso. Vejam as novas providências a serem tomadas já nesta quarta-feira (3)
Por William Robson
A semana começou com a notícia de lotação total das UTIs Covid na região Oeste. A situação permaneceu assim na terça-feira (2). Mossoró vive o colapso, sem vaga nos três hospitais públicos de Mossoró que atendem a casos do tipo, o São Luiz, o Tarcísio Maia e o Rafael Fernandes. No entanto, os índices fornecidos pelo Regula RN apresentam melhoras, com 97% de ocupação dos leitos na região, situação de pré-colapso.
Este índice não pressupõe qualquer tranquilidade. Afinal, um descuido coloca o RN em estágio mais crítico do que se encontra. Sim, não há qualquer região do Estado onde a taxa de ocupação de leitos não supere os 90% (veja quadro). Porém, é no Oeste onde o panorama mais preocupa.
Uma equipe da Secretaria de Saúde desembarca em Mossoró nesta quarta-feira (3). Traz equipamentos para a ampliação de leitos Covid na cidade. Segundo informou o Governo, serão 23 leitos, sendo dez de UTI no Hospital São Luiz, um leito de UTI e dois leitos semicríticos no Hospital Regional Tarcísio Maia e 10 leitos clínicos no Hospital Rafael Fernandes.
Trata-se de emergência ante a grave situação desprezada pelo Governo Bolsonaro, que emperra a liberação de recursos para abertura de mais leitos. Por isso, os recursos dos leitos que serão instalados esta semana serão divididos entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Mossoró (70% com o primeiro e os 30% restantes com o segundo).
Assim que estas 23 vagas forem oferecidas (provavelmente até sexta-feira, 5), Mossoró passará a contar com 75 leitos Covid no Hospital São Luiz (sendo 50 leitos de UTI e 25 leitos clínicos); 20 leitos Covid no Hospital Rafael Fernandes (sendo dez de UTI e 10 leitos clínicos Covid) e dez leitos de UTI Covid no Hospital Tarcísio Maia, além dos dois leitos semicríticos na mesma unidade. O Governo do Estado ainda planeja abrir na Região Oeste mais dois leitos de ventilação pulmonar em Apodi e seis leitos clínicos em Assu.
A governadora Fátima Bezerra esteve nesta terça-feira (2) em Brasília, engrossando o caldo dos governadores que pedem ações mais efetivas do Governo Federal frente à pandemia. Até mesmo aliados de Bolsonaro, como Ratinho Jr. (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), subscreveram uma carta em que 19 governadores rebatem a campanha de desinformação promovida por Bolsonaro.
Fátima aproveitou para visitar o laboratório União Química, que cuida da produção da vacina russa Sputnik V no Brasil, e encontrou-se com o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira.
Do lado da Prefeitura de Mossoró, além da participação na instalação dos novos leitos, colocou à disposição da rede de saúde os 12 leitos clínicos instalados nos contêineres da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Belo Horizonte. Para isso, está garantido o suprimento de oxigênio por meio de cilindros enviados pela Secretaria Municipal de Saúde.
Outro detalhe que precisa ser mencionado envolve um dos protocolos QUE passa a ser utilizado pela PreFeitura, a medição da saturação de oxigênio no sangue através de oxímetros. O prefeito Allyson Bezerra chegou a explicar este procedimento em entrevista concedida ao Foro de Moscow, na sexta-feira (26). “Já estamos enviando este aparelho para as UBS’s, vamos identificar e monitorar o paciente com a testagem, vamos fazer a prescrição com medicamentos de acordo com com cada fase e tudo isso, acompanhado pelos médicos da nossa rede municipal”, explicou o prefeito.
Segundo informou a Secretaria de Saúde, ao equipar e disponibilizar 12 leitos clínicos na UPA do Belo Horizonte, por exemplo, a Prefeitura de Mossoró possibilita que o governo estadual possa transformar 10 leitos de enfermaria do Hospital São Luiz em leitos críticos de UTI.
“Continuamos atentos, mas temos que esclarecer que a Covid-19 está em franca expansão e a população tem que nos ajudar adotando o uso de máscaras, a lavagem das mãos, o uso de álcool 70 e, sobretudo, evitando sair de casa quando não tem uma grande necessidade”, explica a secretária Morgana Dantas. “Não adianta abrir cada vez mais leitos de UTI e as pessoas continuarem desrespeitando as normas sanitárias e propagando a doença”.
Tais medidas amenizam a situação de colapso na cidade em parte. Podemos dizer que a cidade entrará em níveis de pré-colapso, o que vai exigir que as ações de controle contra aglomerações e vigilância contra aqueles transgressores do decreto vigente permaneçam ou até se intensifiquem.
Nos últimos dias, tem-se visto viaturas das forças de segurança percorrendo, em filas, as ruas da cidade neste sentido. A vigilância à Saúde, Guarda Municipal e a Guarda de Trânsito estão atuando na fiscalização.
Segundo a Prefeitura, ampliou-se as fiscalizações para dar cumprimento aos decretos do município e do governo estadual, sobretudo para encerrar as atividades de bares e restaurantes no horário das 22h. Portanto, as medidas dão um pouco mais de oxigênio para uma cidade em colapso devido à Covid.