RN sob ataque

As medidas emergenciais de Allyson que impediram o caos

O prefeito precisou tomar decisões imediatas diante da demora que levaria a semana inteira pelo reforço das forças nacionais

Por William Robson

A governadora Fátima Bezerra, ao ser pega de surpresa com os ataques criminosos que se sucedem esta semana, acreditava que a paz reinaria após o primeiro dia das investidas das facções. Chegou a conceder entrevista, afirmando que a situação estava “sob controle”, fala reforçada pela deputada estadual Isolda Dantas dois dias depois. Ledo engano. A apreensão continuava e a governadora precisou reavaliar sua posição.

O RN não esteve e nem está sob controle. A Força Nacional desembarcou no Estado, limitou-se à Grande Natal em número ainda diminuto. Mossoró aguardava, então, reforço até a sexta-feira (17), prazo concedido pelo Governo em fornecer apoio à proteção dos mossoroenses.

Mossoró também foi atacada. Foi a 19º cidade atingida. Na terça-feira, dois caminhões foram incendiados, entre eles o do caçambeiro Marcos César, que motivou campanha virtual para minimizar os seus prejuízos.

De lá para cá, houve queda substancial no registro de novos ataques no Município, embora a cidade estivesse de alerta. Medidas foram fundamentais para evitar maiores danos à população e ao patrimônio público. A Polícia Militar se somou à Guarda Municipal nesta tarefa.

O prefeito Allyson Bezerra, por sua vez, precisou tomar decisões imediatas diante da demora que levaria a semana inteira pelo reforço das forças nacionais. Inicialmente, retirou todos os veículos do município, entre eles, caminhões de recolhimento de lixo, máquinas pesadas em obras e zona rural e transporte escolar. Tudo ficou guardado nos pátios e monitorado pela Guarda Municipal.

O prefeito foi para a internet para detalhar as medidas.  “A partir do momento que tomamos conhecimento, adotamos as primeiras providências e nos reunimos com as equipes envolvidas”, explicou. Além do recolhimento dos veículos, tal reunião de emergência foi conduzida para que as primeiras ações fossem implementadas.

As aulas da rede municipal foram suspensas, as crianças e professores ficaram em suas casas, serviços públicos na área de saúde tiveram de ser interrompidos, UBS fechadas, o transporte coletivo também foi suspenso, sobretudo, por conta da vulnerabilidade dos ataques. “Nossa intenção inicial foi resguardar a vida de nossos servidores e dos mossoroenses”, explicou. Em alguns momentos, o serviço de coleta precisou ser executado sob escolta da guarda.

A decisão continua em vigor. O prefeito também esteve também no Segundo Batalhão da Polícia Militar em uma reunião com as autoridades da segurança que atuam em Mossoró, tanto para solicitar apoio quanto para colaborar com a estrutura que o Município dispõe.

Nesta quinta-feira (17), a governadora Fátima Bezerra e o prefeito conversaram por telefone sobre a situação. “Acabo de receber ligação e retorno da Governadora  Fátima Bezerra  com a informação que até amanhã, sexta-feira, Mossoró irá receber reforços da Força Nacional e PM do Ceará. Estamos prontos para trabalhar em conjunto pra segurança e proteção do povo de Mossoró”, informou em seu Twitter.

As medidas emergenciais inibiram fortemente novos ataques. Após as investidas da terça-feira, outros dois novos casos foram interceptados e neutralizados nesta sexta-feira (17), ainda sem o recurso da Força Nacional. Uma antiga base da PM e a associação dos recicladores foram alvos, mas tiveram ação rápida da Guarda Municipal e do Corpo dos Bombeiros, como informou o jornalista Saulo Vale. Por isso, nada está sob controle, é verdade. Mas, poderia estar pior. O fator-surpresa da criminalidade segue por aí à espreita.