As lamentações de Bolsonaro em Natal
Para público diminuto, Bolsonaro mantém a fórmula de ataques às instituições, questionamentos do resultado das eleições e comparações com o governo do presidente Lula, seu arquiinimgo, além de claras lamentações
Imagem: Ex-presidente Jair Bolsonaro durante discurso na tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira 30. Foto: José Aldenir/Agora RN
Por William Robson
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi recebido por militantes, sem qualquer pompa, nesta quinta-feira (30). Está num périplo de três dias pelo Rio Grande do Norte, onde inclui homenagens pelo Dia do Motociclista, baseadas em seu desempenho em motociatas em que recusava o uso do capacte, visita à Praia de Ponta Negra, lançamento de plataforma de educação à distância para formação política de novos militantes do PL, entre outros compromissos.
Até aí, tudo bem. Bolsonaro tenta sustentar seu capital político, embora minguante, como atestado na sua recepção no Estado. Para este público, Bolsonaro mantém a fórmula de ataques às instituições, questionamentos do resultado das eleições e comparações com o governo do presidente Lula, seu arquiinimgo, além de claras lamentações.
Sem provas, voltou a afirmar de fraudes nas eleições. ““Estávamos indo muito bem. Até que resolveram trocar. E esse alguém não foi o povo brasileiro”, afirmou, sem apresentar qualquer fundamento à sua fala.
Bolsonaro mostrou-se ainda incomodado com a investida do Supremo Tribunal Federal (STF) contra aqueles que divulgarem mentiras, avalizadas pela imprensa. “E quem vai dizer que é fake news ou não é fake news? Ninguém sabe”, lamentou.
No entanto, aproveitou para defender seu governo, agredindo o atual. Começou elogiando o atual senador Rogério Marinho (PL) com analogias esdrúxulas. “Comparem os atuais ministros com os ministros do meu tempo, quase ninguém sabe quem é o ministro do Desenvolvimento Regional atualmente, acho que ninguém sabe, o nosso está aqui”, disse e continou: “Será que alguém consegue citar o nome de cinco ministros do atual governo, não consegue? Não consegue, a não ser por algum escândalo, fora isso, não”. Não obteve resposta de suas indagações em meio ao grupo de desinformados.
O ressentimento de Bolsonaro ficou evidente no RN, ao tentar defender seu Governo atacando seu sucessor e esquecendo seu “legado”. Para seu público diminuto, buscou manter a euforia do passado que o elegeu, no melhor estilo “acabar com o comunismo”. Porém, sua estada foi um momento-divã, de lamentações e de frustração. Inclusive, buscou se precaver quanto a qualquer percepção a este respeito: “Alguns falam que é choro de perdedor”, ressaltou. Nem precisava dizer.