Após o Independent, a vez do Jornal da Paraíba deixar o impresso
Encerra o modelo anacrônico do impresso de transmissão de notícias, que não estava atraindo a audiência, nem anunciantes, nem oferecendo novas modalidades capazes de concorrer com a internet
Semana passada foi o Independent, hoje foi o dia de o Jornal da Paraíba anunciar sua atuação total no jornalismo online, oficialmente.
Encerra o modelo anacrônico do impresso de transmissão de notícias, que não estava atraindo a audiência, nem anunciantes, nem oferecendo novas modalidades capazes de concorrer com a internet.
Não é fácil e parece insano manter, com as condições atuais mais amplas de difusão, duas estruturas caríssimas: a redação e a industrial (gráfica).
Não estou nem incluindo a engrenagem logística para fazer um amontoado de papel com notícias de ontem chegar debaixo das portas de uns poucos leitores remanescentes.
A nota do Jornal da Paraíba tenta se sustentar na “crise econômica”, embora este cenário em evidência vinha sido discutido por pesquisadores e jornalistas discernentes há alguns anos, até mesmo no auge do crescimento econômico brasileiro.
No final da década passada, quando as discussões foram iniciadas, donos de empresas não acreditavam que o impresso chegariam a este ponto. Acreditavam que um modelo de negócio do século 19 e que vinha dando certo por todo este tempo, jamais iria sucumbir.
Jornalistas menos observadores defendiam o papel por conta de uma tal “sinestesia”, da mobilidade (não haviam ainda os tablets, nem os modernos celulares de agora) e até do “cheiro da tinta”.
Foi preciso que os estudos do passado se concretizassem num cenário mais claro para que este grupo percebesse que realmente o jornalismo está ganhando novas formas e desafios. E que continuar no antigo modelo e na antiga maneira de trabalhar, é insensatez e fraqueza.
Dou um singelo aviso para os nostálgicos que sentem pena do fim do impresso, mas que sequer vão à banca comprar um jornal (talvez nem lembre a última vez em que foram), que choram o fim do papel e se informam pelo smartphone: o jornalismo segue necessário e continua aí. E é o mais importante, não o papel.
VIVEREMOS E VENCEREMOS