Acordo entre Prefeitura e Ufersa para ultrafreezer foi fechado desde o dia 5
Um email, encaminhado pela Prefeitura em 3 de maio, fazia a solicitação dos ultrafreezer, que foi prontamente atendida pela reitoria da universidade
O deputado federal Beto Rosado utilizou sua conta no Twitter, na quinta-feira (13), para passar informação inexistente. De que a Prefeitura de Mossoró e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) não teriam firmado acordo para acondicionar as vacinas da Pfizer, que necessitam estar sob uma temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. A universidade tem ultrafreezer colocado à disposição do Município, como atestam documentos e email trocados entre a Prefeitura de Mossoró e a reitoria da Ufersa no início do mês.
As remessas das doses da Pfizer começaram a chegar ao Brasil no final do mês passado. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril. Por sua vez, no dia 5 de maio, um segundo lote com 629 mil doses também chegou ao Brasil pelo terminal de Campinas.
Logo que a remessa do imunizante estava prestes a chegar ao país e que seria enviada às capitais por manter melhor estrutura para armazenar as doses, a Prefeitura de Mossoró se prontificou também a recebê-la.
Um email, encaminhado pela Prefeitura em 3 de maio, fazia a solicitação dos ultrafreezer: ” Prezado (a), bom dia. Segue anexo o Ofício de n. 180/2021-GP, que trata da Solicitação de ultrafreezer para armazenamento de vacina e local para a sua aplicação. Por favor, acusar recebimento.Atenciosamente. Raissa Velazques. Atos e Expedientes”, acompanhado do oficio que solicitava o pedido.
A servidora do Gabinete da Reitoria, Letícia Nascimnento, confirmou o recebimento da correspondência e da solicitação no dia seguinte, 4 de maio. O pedido foi rapidamente atendido pela reitora da Ufersa, Ludimilla Oliveira, em ofício que informa da seguinte forma: “Em atendimento ao Ofício n. 180/2021-GP, de 03 de abril de 2021, informamos que autorizamos a utilização do Ultrafreezer localizado no Laboratório de Manejo de Plantas Daninhas do Centro de Ciências Agrárias, para armazenamento de vacinas contra a Covid-19 da empresa Pfizer”, inicia o documento.
A reitora ainda acrescentou: ” Ainda como forma de contribuir para com a sociedade, no dia de hoje estive reunida com o Ministro da Saúde, Dr. Marcelo Cataxo Queiroga Lopes, onde entre outras questões, fora discutido sobre a utilização de equipamentos da UFERSA para o combate à Pandemia por Covid-19, e sugerido pelo Ministro que a utilização do Ultrafreezer estivesse também condicionado à criação de um Posto de Vacinação na UFERSA, de forma que a Universidade pudesse contribuir de maneira mais efetiva na luta contra a Pandemia”.
Ou seja, o acordo foi firmado entre a Prefeitura e Ufersa, que ainda solicitou um posto de vacinação na universidade como forma de melhorar o acesso dos mossoroenses à vacina.
Portanto, a informação do deputado Beto Rosado de que não houve organização neste sentido, trata-se de especulação e boato. O parlamentar, inclusive, informou que enviou oficío ao Ministério da Saúde relatando que Mossoró tinha condições de receber as doses da Pfizer, o que é verdade. No entanto, como não se integrou às tratativas já em andamento entre a Prefeitura de Mossoró e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), tornou-se retardatário no processo para agilizar os equipamentos.
Vale dizer que a Pfizer informou na CPI da Covid ter desenvolvido uma embalagem especial com temperatura controlada que usa gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada. Ao chegarem às salas de vacinação, as doses serão mantidas a uma temperatura que varia entre 2°C e 8°C, e precisam ser aplicadas na população em um período de até cinco dias.
A secretária Morgana Dantas informou que nesta sexta-feira (14), às 14h, uma reunião com a câmara técnica para definir os detalhes da vinda da vacina da Pfizer para Mossoró. Até agora, a Prefeitura ainda não recebeu nenhuma de notificação desta vacina, mas que vai solicitar ao Governo do Estado, visto que tem condições para armanzená-las.
Embora a Ufersa tenha concedido o ultrafreezer, a Secretaria de Estado da Saúde (SESAP) informou que o equipamento da Ufersa não pode acondicionar as vacinas, por servirem para amostras vegetais. “As vacinas têm de ficar, de forma exclusiva, em refrigeradores, até por questões sanitárias, segundo a Secretaria”, disse o jornalista Saulo Vale, ao rebater o deputado.