Ufersa

A última palavra sobre o caso Ludimilla

O fator político é necessário em momentos como este, tudo o que a reitoria não tem

Por William Robson

O rito transcorreu da forma como muitos previam. A reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Ludimilla Oliveira, está no fio da navalha. Mostra-se no horizonte um panorama de difícil reversão, diante das decisões referendadas pelo Conselho Universitário. Ou seja, há uma probabilidade gigantesca de que a professora deixe o cargo de gestora da instituição no próximo capítulo.

Segunda-feira passada (31), o conselho avaliou a situação da reitora, em que anteriormente teve o seu diploma de doutora cassado pela UFRN sob a alegação de plágio. Sem apoio político desde que o presidente Jair Bolsonaro perdeu a eleição, ficou sem amparo. General Girão, Beto Rosado e Rogério Marinho, seus apoiadores de outrora, não tiveram e não têm qualquer influência para alterar  o quadro que se desenha.

O conselho registrou 19 votos a favor contra três abstenções, aprovando o parecer que recomenda a destituição de Ludimilla. Como não é o conselho que destitui, o recado será passado para o ministro da Educação, Camilo Santana, que tem a palavra final.

Em momentos como este, o fator político é necessário, tudo o que Ludimilla não tem. Na Ufersa, as peças já se movem para ocupar a sua cadeira, aguardando a destituição e o chamamento para novas eleições. Os candidatos de outrora se colocam na disputa. Enquanto isso, Camilo deve decidir.

É forte a tendência para que o ministro endosse a decisão do Consuni após todo o protocolo seguido neste caso. Não haverá resistência a nível de Governo Federal. Camilo virá ao RN na segunda quinzena e, espera-se, com esta página virada.

Enquanto isso, Ludimilla se manifesta e vê esperança. Disse que “essa história está muito longe do ponto final” e que “a última palavra cabe a Deus”. Isso significa que Camilo pode se investir do divino para tomar a decisão.