A repercussão nacional da ira de João Gordo no Clube do Vinil de Mossoró
No domingo (21), o cantor João Gordo, que fez muito sucesso como líder da banda Ratos de Porão e por atuar como VJ da extinta MTV Brasil, fez críticas a Bolsonaro e seus seguidores no canal mossoroense e viralizou pelas redes
Por William Robson
Uma das tradicionais entrevistas do Clube do Vinil de Mossoró teve a maior repercussão da história do recém canal criado por colecionadores e amantes dos discos de vinil. No domingo (21), o cantor João Gordo, que fez muito sucesso como líder da banda Ratos de Porão e por atuar como VJ da extinta MTV Brasil, foi destaque em vários veículos de imprensa por conta de suas declarações contundentes contra o Governo Bolsonaro e sua condução na pandemia de Covid.
“Fascista não entende papo, não entende p**** nenhuma, só entende porrada, paulada. […] O cara apoia o Bolsonaro, sabe tudo de errado de filha da p*** que isso representa. Se o cara está nessa, o cara é um mau-caráter”, disse ao programa, conduzido pelo jornalista Cláudio Palheta.
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O assunto ganhou os trends topics do Twitter como um dos assuntos mais comentados nesta terça-feira (23). O trecho em que critica o presidente e seus seguidores foi assistido por mais de 150 mil pessoas em apenas uma das postagens. No canal do Clube do Vinil foi a entrevista mais assistida entre os demais convidados, como Armandinho e o ex-Titã Charles Gavin.
A fúria do João Gordo ganhou repercussão na revista Rolling Stone, no Uol e na revista Fórum. Neste último, o site destaca que, “indignado com a situação atual do país, o apresentador denominou Bolsonaro como genocida e fascista, além de citar o negacionismo e as vítimas da pandemia de covid-19”, diz o trecho da matéria da Rolling Stone.
A repercussão foi gerada a partir de declarações como: ““Você que tá me escutando agora, seu filho da puta, se você apoia esse desgraçado, esse nazi do caralho, você também é um filho da puta. Você também é um desgraçado. Você é um mau caráter, mano. Tá aberto, o mundo inteiro tá vendo isso aí, cara. Não é eu que sou louco: ‘ah, o cara é comunista, o gordo, ah, petista, vai pra Cuba’. Vai tomar no seu cu, seu filho da puta. Abre essa cabeça sua, cara, não é mais questão de direita mais, é uma questão de caos, de genocídio.”
O site Na Telinha, também incorporado ao Uol, afirmou que “Gordo ainda atrelou as pessoas simpatizantes do presidente ao grande número de mortes da pandemia, após ser questionado sobre a fato de roqueiros serem atrelados ao conservadorismo”: “O cara apoia o Bolsonaro, sabe tudo de errado e filha da put*gem que isso representa, se o cara ainda está nessa, é porque o cara é um mau caráter. Quem está apoiando o Bolsonaro nesse momento tem as mãos sujas de sangue das 300 mil pessoas que morreram, o cara é cúmplice de genocídio”, disparou no vídeo do Clube do Vinil.
Para o site “Tenho Mais Discos que Amigos, o “vocalista do Ratos de Porãosempre falou sem papas na língua sobre questões complicadas e recentemente fez críticas duras inclusive à esquerda brasileira que, segundo ele, é “tosca, cirandeira, bunda-mole pra caralho””, relembra o site.
Por sua vez, o site Gerou Buzz ressaltou que o artista ficou “completamente fora de si”, devido a tamanha revolta com a situação do Brasil na pandemia. O site Catraca Livre fez menção ao fato da entrevista se tornar um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta terça-feira (23).
E destacou parte da entrevista: “O mundo inteiro está vendo isso aí, não sou eu que sou louco”, destacou o Gordo. “[Precisamos de] antifascismo e antirracismo acima de tudo. Só desse jeito vamos transformar esse país em um país de gente decente, por enquanto é um país de pilantra, de safado (…) com 3 mil mortes por dia, cara. É o apocalipse. Quem é do rock, não é fascista e não tem esse pensamento idiota, vamos se juntar”, afirmou João Gordo.
O trecho que ganhou repercussão e viralizou nas redes está a partir do tempo 1:10:00 do vídeo.