A pressão sobre Carlos Eduardo

Por William Robson

O deputado federal Rafael Motta entrou no páreo, em busca de seu espaço como candidato ao Senado. Para isso, vem atraindo as atenções do votos progressistas, principalmente, daqueles que não estão afinados com o ex-prefeito Carlos Eduardo, até aqui, o nome escolhido pela governadora Fátima Bezerra como seu pré-candidato.

Reforçando seu posicionamento ideológico, Motta tirou fotos com Lula e começou a atacar Carlos Eduardo. Em recente entrevista à TV Ponta Negra, realçou como Carlos Eduardo é incoerente, segundo ele, na busca dos votos dos petistas, e tentando se identificar com a esquerda. Lembrou que ele era adversário do PT nas eleições de 2018 e pediu voto para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ou seja, Motta não poupou detalhes do passado para ampliar o seu caminho e atacar seu “opositor”.

Carlos Eduardo está numa situação complicada. Ele pertence ao PDT, que ainda não apoia a candidatura do ex-presidente Lula. Lula, por sua vez, tenta angariar este partido para incrementar seus votos, articular alianças nos Estados e fortalecer o seu projeto de vencer Bolsonaro no primeiro turno. É um desafio difícil, porque teria que tirar Ciro Gomes da jogada, algo considerado quase que improvável. A questão é que o PDT também precisa do PT nos Estados, sobretudo, para reforçar seus projetos para o Congresso. E isso passa pelo RN também.

O ex-prefeito de Natal já afirmou que irá pedir votos para Ciro no primeiro turno e para Lula no segundo. A declaração não agradou os petistas, que esperavam mais empenho do agora aliado logo na primeira hora. Lula também espera um companheiro mais engajado. É aí que Rafael Motta entra como possibilidade.

O PDT se articulando em favor de Lula é tudo que Carlos Eduardo gostaria. Por enquanto, a disputa entre ele e Motta pode favorecer aquele que está correndo por fora: o bolsonarista Rogério Marinho.