Negociação

A importância do diálogo entre o Sindiserpum e a Prefeitura

Tema foi destacado na Câmara Municipal., O vereador Genilson Alves lembrou que os avanços começam pela abertura de diálogo com a categoria. Marleide Cunha reconheceu que Rosalba não recebera a categoria por três anos

Por William Robson

O tema foi discutido na manhã desta terça-feira (8) na sessão da Câmara. Vereadores colocaram na pauta a assembleia virtual do Sindicato dos Servidores Públicos de Mossoró (SINDISERPUM) em que discute uma parada de advertência. O encontro será nesta terça, às 15h. A categoria alega que não há avanços concretos quanto às suas demandas na atual gestão do prefeito Allyson Bezerra. Os parlamentares reagiram.

O vereador Genilson Alves lembrou que os avanços começam pela abertura de diálogo com a categoria. Nos três anos anteriores, os servidores não eram ouvidos. O sindicato também foi ferido, com o corte das constibuições sindicais, obrigando a entidade a fazer campanha nas repartições a fim de que reduzir o prejuízo. Servidores precisavam ser convencidos a retomar o repasse antes compulsório. A intenção da ex-prefeita Rosalba Ciarlini foi neutralizar a força do Sindiserpum.

A vereadora Marleide Cunha, que afirmou que a assembleia não vai discutir greve

Na sessão na Câmara, a vereadora Marleide Cunha reconheceu que Rosalba não recebera a categoria por três anos, porém que encontros ocorreram em 2017. Afirmou ainda que a não a intenção de realizar greve, mas discutir uma parada de advertência. Tal decisão foi tomada em assembleia virtual da Educação na manhã da sexta-feira (4). Na Câmara, foi ressaltado o fato da categoria pressionar pela prioridade na educação exatamente como condição para a retomada das aulas presenciais. “Não se trata de uma greve. Mas, de uma parada de advertência. E não seria apenas dos servidores da educação”, explicou Marleide.

Ante à controvérsia, sabe-se do interstício de três anos sem ponte entre o Executivo e o Sindiserpum. A ponte foi retomada em 2021, no segundo ano da pandemia, e diante do cenário de atrasos de salários. Reportagem publicado pelo site Mossoró Hoje, explica que neste segundo ano de pandemia, é o primeiro onde os servidores municipais começaram a ter suas demandas atendidas. “Até o ano passado, os salários estavam em atraso. O pagamento, em alguns casos, era feito sem o acréscimo das gratificações, gerando uma sensação de que estava sendo pago em dia. O Sindiserpum evitava maiores confrontos com a ex-prefeita Rosalba Ciarlini, que não recebeu a categoria por três anos e não concedeu reajustes. Encerrou seu mandato sem qualquer proposta para os servidores municipais”, destaca o texto.

O vereador Genilson Alves que levantou o tema na sessão desta terça-feira (8)

Os encontros foram retomados em 2021. O sindicato se reuniu com o atual prefeito Allyson Bezerra em três ocasiões. A retomada do diálogo mostra o amadurecimento político envolvendo tanto a entidade quanto o Executivo. A importância desta busca por soluções fez com que muitas das principais demandas da categoria pudessem ser atendidas nos primeiros meses da atual gestão.

A reportagem do MH relembra que, em junho de 2020, o Sindiserpum publicou em seu site que a então prefeita pagaria os salários de maio até o dia 10 de junho, o que não ocorreu. Naquele momento, o sindicato alertou que os servidores estavam “angustiados”. “É um sentimento de angústia ver a dor dos servidores públicos municipais que não fazem ideia do dia que receberá seu salário do mês de maio. Insensibilidade da gestão que não apresenta cronograma de pagamento para que os servidores tenham ao menos uma data para dizer aos seus credores. Lamentável que além da tensão com a pandemia os servidores públicos municipais de Mossoró passem por tipo de situação”, lamentou Elite Vieira, na ocasião. O assunto também foi destacado em outros importantes veículos de mída da cidade. 

O cronograma foi implantado em 2021. Em fevereiro deste ano, a Prefeitura de Mossoró anunciou que, pelo segundo mês consecutivo em 2021, os servidores receberiam salário base e adicionais no mês trabalhado. Naquele  momento, o município pagou a folha de fevereiro no dia 26 já em cumprimento ao calendário anual de pagamento, divulgado no dia 25 de janeiro.

O vereador Raério Araújo disse que não compreende como movimentos deste tipo ocorrem quando os diálogos avançam e as demandas são ouvidas. Inclusive, destacou que, por lei do Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, a Prefeitura é impedida de realizar qualquer aumento de despesa com pessoal. Naldo Feitosa, por sua vez, comentou que o momento é de sensibilidade diante da pandemia.

O ambiente na Câmara expôs a questão que envolve o Executivo e o sindicato, agora em contexto mais saudável. Neste cenário, os vereadores demonstraram o quanto a falta de diálogo nos três últimos anos da então prefeita Rosalba Ciarlini emperrou avanços para o servidores, e que atualmente são, aos poucos, destravados.